terça-feira, 18 de dezembro de 2012

CORCEL NEGRO ESTÁ DE VOLTA!!!

Ultimamente vários leitores vinham me perguntando quando sairia mais um número do Corcel Negro, haja vista que a última edição publicada, a de n.5, datava de setembro de 2010. Durante a maior parte desta data até pouco tempo atrás, o criador e roteirista do personagem, o potiguar Alcivan Gamaleira vinha enfrentando alguns problemas particulares que o impediam de continuar com os projetos relativos ao Corcel Negro, mas felizmente o pior já foi superado e eis aí nosso bom Alcivan de volta ao personagem que é um dos mais queridos entre os fiéis leitores dos gibis com o selo Júpiter II. E para encerrar o ano com chave de ouro, apresentamos a sexta edição do Corcel Negro (21 cm x 15 cm, 28 páginas p&b), cuja bonita capa ilustrada e colorida por Wellington ‘Vulto’ Santos vocês podem apreciar acima. Ei, aposto que vários leitores devem ter pensado o mesmo que pensei agora mesmo, enquanto escrevo essas linhas: que tal um encontro entre o Vulto e o Corcel Negro, hein? Esta sexta edição apresenta mais quatro HQs com o mutante surdo-mudo, todas escritas por Gameleira, começando com aquela cuja capa faz referência: ‘Brutamontes’ (ilustrada por Eduardo Medeiros); segue com ‘Pau Dos Ferros’, onde Gamaleira aproveita para homenagear sua cidade natal homônima, contando um pedacinho de sua História – ilustrada por Jaílton João, dono de um traço muito curioso, que faz lembrar aquelas ilustrações dos livros de cordel; temos então aventura do Corcel Negro nos tempos do Império Romano: ‘César’, ilustrada por Antoniêto Pereira (Tiras vs. Monstros), mostrando o viajante do tempo numa arena romana diante de um tigre feroz; e finalmente, para fechar a edição de forma esplendorosa, ‘Aliado Da Noite’, onde o autor deixa fluir sua veia poética ilustrada pelo bonito traço de Orlando Maro. smeditora@yahoo.com.br (JS)

sábado, 8 de dezembro de 2012

CADA VEZ MELHOR O PODEROSO MÁXIMUS!

Vocês devem se lembrar de meu entusiasmo com o primeiro número de O Poderoso Máximus, personagem de HQ criado pelo paraense Alan Yango (se não se lembram, releiam aqui: http://jupiter2hq.blogspot.com.br/2011/04/o-poderoso-maximus-e-o-melhor.html). Pois agora tive a chance de conhecer os números 2 e 3, e o entusiasmo só fez aumentar! (ambos com o mesmo padrão gráfico do primeiro número: 22 cm x 15 cm, capa couchê colorida com 24 páginas p&b) Máximus é um super-herói quase tão poderoso quanto o Superman, invulnerável, com poder de vôo e força descomunal, mas que vive aventuras plenamente humanizadas. O segundo número (capa de Fábio Nahon, Alex Barros e André Ciderfao), apresenta a HQ ‘Vitórias e Reveses’, escrita por Yango e ilustrada pelo incrível Emmanuel Thomaz (de Chico Spencer, da Júpiter II), que na humilde opinião deste escriba é o ponto alto da coleção, até o momento.

Esta história, a propósito, tem o seu desfecho somente no terceiro número (arte da capa por Carlos Paul), com uma HQ feita a quatro mãos (Yango, Thomaz, Alex Barros e Alexandre Silva). Completa a terceira edição uma HQ de outra personagem, Ígnea (escrita por Alan Yango e ilustrada por Alexandre Silva), sobre uma jovem com poder de controlar o fogo. Eu preferiria mil vezes mais uma HQ do Máximus, mas o mais importante aqui é parabenizar Yango e seus super-parceiros, que nos proporcionaram estas três maravilhosas edições! Que venham as próximas! alanyango@gmail.comyangoverso@hotmail.comwww.yangoverso.blogspot.com (JS)

COMANDO 5, DE ALAN GOLDMAN

Finalmente pude ler as três primeiras edições do Comando 5, produzido pelo estúdio Goldman Comics, capitaneado pelo talentosíssimo Alan Goldman. As histórias escritas por J.J. Marreiro (criador, roteirista e desenhista da célebre Mulher Estupenda) e ilustrada por Goldman e seus parceiros (Daniel Brandão, Nat Garcia e Julio Ferreira) apresentam um grupo de super-seres em missões especiais de combate ao crime: o líder Alfa Negro, forte pra caramba, irritadiço, cheio de traumas e complexos; o jovem Pilha, com incrível poder de velocidade; Taquis, a única mulher do grupo, com poderes formidáveis, capaz de manipular as funções metabólicas e orgânicas alheias; Yeti, um gigante com aparência de monstro mas muito gente fina; e o misterioso alienígena Oculto (tão oculto que nem mesmo seus companheiros podem ver o seu rosto) com notáveis poderes telepáticos. Eles enfrentam organizações criminosas fanáticas, fundamentalistas e neo-nazistas – incluindo alguns vilões invocados como Incêndio e Panzer.
No terceiro número, o jovem Pilha abandona temporariamente o grupo para resolver uma pendenga particular (sua mãe havia sido ferida por gangues de delinquentes e ele foi até o Rio de Janeiro ajustar contas com eles). O grupo ainda enfrenta problemas político-adminstrativos, corrupção e interesses escusos. Goldman fez muito bem em mudar a grafia do nome do grupo usando o número cardinal ‘5’ ao invés do algarismo romano ‘V’, o que sempre causava confusão com a letra ‘v’ do alfabeto. As três edições vêm no formato 21 cm x 15 cm, capa colorida e miolo em preto & branco, o número 1 começou com 24 páginas, o número 2 já subiu para 28, e o número 3 com generosas 40 páginas. Dentro do que se propõe, apresentar uma série cuja inspiração estética é majoritariamente baseada nos comics da atualidade, Comando 5 é espetacular e não fica nada a dever aos estrangeiros, e mesmo aqueles que não gostam do estilo (como é meu caso) hão de reconhecer o talento e a boa disposição dos envolvidos em lançar um título independente. O destaque é mesmo o traço de Goldman, mandando muito bem nos desenhos. Peçam agora mesmo, de uma só vez, os três números já lançados em www.comandocinco.blogspot.com  (JS)

MAIS DOIS LANÇAMENTOS DO NOVO SISTEMA

Cooperativa de Quadrinhos Novo Sistema capitaneada pelo maranhense Riccelle Sullivan Suád com mais dois lançamentos na praça, começando com o 13º. número do fanzine do Homem-Camaleão (formato ½ A4, 24 páginas, capa colorida), continuando a saga do jovem herói Sawane Sullivan na história ‘Mentiras & Decepções’, produzida por Suád. Ainda meio traumatizado com as últimas surras que levou do vilão Crocodilo e da vilã Corona, Sawane é recolhido e assistido por Sebastian Barton, enquanto o crime organizado recrudesce. Como se não bastasse, o jovem ainda flagra sua amada Millena trocando beijos com um professor da escola! O outro lançamento do Novo Sistema é o sexto número do fanzine do Átomo (formato ½ A4, 16 páginas p&b) republicando as histórias lançadas pela Comic Station anteriormente. Nesta edição temos a HQ ‘Foco’ (toda produzida por Suád), mostrando o incrível quebra-pau entre o irmão do Átomo, o alienígena Barragem, com o ‘casca-grossa’ Deheon. Contatos através do email lynx_2811@hotmail.com – visitem o blog www.homemcamaleao.blogspot.com e aqueles que não abandonam o Orkut podem facilmente encontrar por lá comunidade do Novo Sistema. (JS)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

VELTA ENCONTRA O CONDE DRÁCULA!

Continuando a comemoração dos 40 anos de sua mais famosa personagem, Emir Ribeiro lança outro álbum de luxo com Velta, (23 cm x 15,5 cm, capa cartonada plastifica em cores – arte de Paulo Nery, que também é autor do pôster que vem de brinde – 64 páginas p&b e tons de cinza) em mais uma aventura de realidade alternativa chamada Mordida Pelo Conde Drácula – e o título meio pornochanchada é pertinente pois a história é picante e carregada de erotismo (este álbum sim poderia concorrer a ‘melhor publicação erótica’, viu hq mix[o]?). No Brasil imperial, na cidade de Montebelo, assassinatos misteriosos vêm ocorrendo, e o jovem Felisberto já descobriu o responsável pelas mortes de belas donzelas: o misterioso Conde Drácula, imigrante estrangeiro que se estabelecera num castelo da região. Passando por professor de português, Felisberto é admitido no castelo do Drácula, com a firme intenção de acabar com ele. A coisa seria muito mais difícil se não fosse a ajuda da jovem Catarina, que recebera a visita de um ‘anjo de pele branca’ que lhe concedera poderes especiais – na verdade, um alienígena que deu a Catarina as condições para se transformar numa imensa e escultural loira que solta raios, e que vocês sabem que é. A hermafrodita Doroti também está presente nesta história de realidade alternativa, e o autor Emir Ribeiro aproveita para prestar homenagem ao ator Christopher Lee, que ele considera como o melhor protagonista do Drácula no cinema (concordo plenamente). Há também um personagem com as feições de outro célebre ator de filmes de vampiro, quase sempre interpretando o caçador Van Helsing: Peter Cushing. Não por acaso a  narrativa visual é semelhante aos filmes da produtora inglesa Hammer, incluindo aí o erotismo, sempre marcante nos filmes dessa produtora, especialmente a partir da década de 60 do século passado. Completa o álbum uma HQ produzida por Emir Ribeiro em 1986, que é uma releitura de uma personagem criada por ele na década anterior: a vampira Michelle, cuja esquizofrenia por vezes a faz esquecer que seja uma sanguessuga. Atenção, este não é um lançamento da cooperativa Júpiter II, mas sim produção independente de Emir Ribeiro, por isso peçam diretamente para ele emir_ribeirojp@yahoo.com.brwww.emirribeiro.com.br (JS)

CELTON MAIS ENGRAÇADO DO QUE NUNCA!

Quem acompanha o blog sabe da minha admiração incondicional do Celton, personagem da revista produzida pelo mineiro Lacarmélio Alfêo de Araújo, célebre por vender suas revistas nos engarrafamentos do tráfego da capital mineira – e, recentemente, por vezes na capital paulista também. E com essa prática assaz cansativa, Lacarmélio consegue vender tiragens de até 20 mil exemplares! Já imaginaram se ele tivesse 1/5 da divulgação que recebem essas nojeiras da marvel, por exemplo? Mas por enquanto não tem e, aqueles que não moram nem em Belô nem em Sampa, dificilmente têm condições de adquirir os gibis do Celton. Sorte minha ter um amigo como Paulo Joubert de Souza (alguém aí se lembra do fanzine Cine HQ?), que sempre que possível me manda algum exemplar, desta feita veio parar em minhas mãos o número 28, narrando a segunda parte de uma história engraçadíssima, onde Celton, o mecânico boa praça e bom de briga, forte pra caramba, se vê no torvelinho de inacreditáveis – e engraçadíssimas – ‘coincidências’ extra-conjugais. Reparem só o título, Ricardão E O Touro Feroz, quem já conhece o estilo do Lacarmélio já imagina o que vem por aí. Confesso que fico até meio revoltado, de ser tão difícil de adquirir um gibi do brasileiríssimo Celton, enquanto nas bancas persiste encalhando aquele monte de entulho da marvel-dc com seus personagens cada vaz mais execráveis, nojentos, asquerosos, deploráveis, etc. (JS)

BILLY THE KID & OUTRAS HISTÓRIAS CHEGA NA 17a. EDIÇÃO

Editora Independente Opção 2 lança o 17º. número de Billy The Kid & Outras Histórias (20,5 cm x 14,5 cm; capa colorida – arte de Sandro Marcelo – e 40 páginas p&b), publicação já conhecida entre os fãs de faroeste em Quadrinhos no Brasil. Abre esta edição a HQ ‘O Ardiloso Homem Branco’, do ótimo Airton Marcelino, sobre uma vingança indígena contra o homem branco; em seguida temos ‘A Sina De Blackwood Joe’, a difícil missão de um ex-escravo a procura de informações de sua família, produzida pelo paraense Elthz, arrebentando na primeira parte de uma HQ que é o ponto alto desta edição. Mas sem desmerecer os outros artistas que também assinam histórias muito competentes, tanto Sandro Marcelo quanto o editor Arthur Filho. Inclui artigo de Worney Almeida de Souza sobre o cangaço no cinema (com O Cangaceiro, de Lima Barreto) e nos Quadrinhos, em destaque As Aventuras De Mílton Ribeiro de Gedeone Malagola – só faltou avisar que recentemente a Júpiter II relançou algumas histórias de Mílton Ribeiro em Aventuras No Cangaço (confiram aqui http://www.jupiter2hq.blogspot.com.br/2012/06/aventuras-no-cangaco-n1-traz-de-volta.html) Billy The Kid & Outras Histórias vocês podem pedir para o editor Arthur Filho no email arthur.goju@bol.com.br

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

SAIU O 4o. NÚMERO DE REAÇÃO, O SUPER-HERÓI REACIONÁRIO - MAIS REACIONÁRIO DO QUE NUNCA!

O super-herói reacionário dos Quadrinhos Reação está de volta em sua 4ª. edição, 28 páginas em preto & branco e capa colorida (arte de William Cabral e cores de Adauto Silva – mestre Adauto ainda brinda os leitores com uma ilustração do herói, vista na segunda capa) apresentando a HQ “O Ataque Da Serpente”, escrita por José Salles (autor igualmente reacionário – “um reacionário da cabeça aos sapatos”, como diria Nélson Rodrigues) e ilustrada mais uma vez por William Cabral. Reação não é marombado, não busca vingança sedento de sangue, não sai metralhando ou retalhando os outros, não fica o tempo todo iracundo com a cara fechada cheia de ódio, tristes características dos super-heróis dos Quadrinhos da atualidade. E, como se não bastasse, Reação ainda insiste em defender os valores cristãos! É católico, vejam vocês! Imagino que há quem diga que seja um super-herói ‘fundamentalista’ – e ‘fundamentalista’ é o pai, a mãe, a vó e a tia de quem disse. Nesta aventura, a liga dos supervilões do mal, três comunistas escrotos (é isso aí, Reação é anticomunista mesmo!) pretendem dar fim às ações caridosas cristãs de um amigo do Luís Cláudio e do General Olímpio, o Quinca. Assim, os comunistas chamam a pérfida Cida Cizânia, vilã etérea propagadora de discórdia e violência. O Quinca, a propósito, dá o tom realista da HQ, pois é baseado num personagem real, meu amigo aqui da cidade de Jaú, que age exatamente como descrito nessa história. smeditora@yahoo.com.br (JS)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

RAIO NEGRO n.15 APRESENTA ROTEIROS INÉDITOS DE GEDEONE MALAGOLA

Sensacional o mais novo número de Raio Negro Super-Herói, em sua 15ª. edição (capa couchê colorida com 28 páginas p&b). Apresentamos – a exemplo do que fizemos nos número 9 e 10 de nossa coleção – três HQs com roteiros inéditos de Gedeone Malagola, escrito nos últimos meses de sua existência terrestre. Desta feita, são duas novas aventuras do mais famoso super-herói Brasileiro dos Quadrinhos, ambas ilustradas pelo fluminense Paulo José do Nascimento (ele que também é o autor da capa). Completa a edição uma HQ curta da Patrulha do Espaço, mais uma vez desenhada por Emir Ribeiro – eu disse ‘mais uma vez’ porque, como vocês devem saber, o bom paraibano já havia desenhado anteriormente outras três histórias inéditas da Patrulha do Espaço – bem, ao menos eram inéditas até o lançamento da super-edição especial com os patrulheiros (confiram aqui: http://jupiter2hq.blogspot.com.br/2012/03/patrulha-do-espaco-apresenta-historias.html), que, se vocês ainda não conhecem, não percam mais tempo e peçam logo pelos correios. smeditora@yahoo.com.br

ELMANO SILVA É O GRANDE DESTAQUE NA QUINTA EDIÇÃO DE O BOM & VELHO FAROESTE

Depois de Adauto Silva e José Menezes, mais um mestre dos Quadrinhos brasileiros vem enriquecer ainda mais a coleção O Bom & Velho Faroeste da Júpiter II: Elmano Silva é o artista convidado da quinta edição, além de ser autor da capa é também o roteirista e ilustrador da HQ “El Condor”, 44 páginas (p&b) do mais genuíno faroeste homenageando o ator Lee Van Cleef, que se tornou famoso participando dos filmes de Sérgio Leone – antes disso, com sua performance muda como um dos bandidos prontos para matar o xerife interpretado por Gary Cooper em Matar Ou Morrer/High Noon, de Fred Zinemann. Uma HQ que vai marcar fundo a memória de nossos leitores, com uma narrativa impecável que mescla os melhores ingredientes tanto do faroeste americano, quanto do bang-bang italiano. Coisa de quem entende do riscado. Elmano Silva, para nosso júbilo e alegria, é um fiel colaborador da Júpiter II, onde já demonstrou seu talento e principalmente sua versatilidade, seja no violento Máscara Noturna, com o infanto-juvenil Krahomim, nas Histórias Sagradas e agora com uma HQ de faroeste sensacional! Se acham que estou exagerando, paguem pra ver! Ou tentem sacar mais rápido! smeditora@yahoo.com.br (JS)

domingo, 28 de outubro de 2012

CIDADE DE BAURU TEM O SEU DIA DO GIBI GRÁTIS PROMOVIDO PELA JÚPITER II

As pessoas que transitavam no movimentado calçadão da rua Batista de Carvalho na manhã de sábado próximo passado 27 de outubro, na cidade paulista de Bauru – e quem mora na região sabe que aos sábados não só bauruenses circulam por lá, mas também pessoas de diversas outras cidades vizinhas – foram surpreendidas com a promoção Dia Do Gibi Grátis da Júpiter II. Em pouco tempo foram distribuídos cerca de 700 gibis, de títulos diversos como Romance Em Quadrinhos, Histórias Sagradas, Blenq, Aventuras No Cangaço, Tiras vs Monstros, Tormenta, Vulto, Raio Negro, Chico Spencer, Reação, Benjamin Peppe, Krahomim e Turma Do Gabi. Quem me dera poder repassar aos colaboradores da Júpiter II, neste pífio comentário, o contentamento e a satisfação que é conversar com o público nesses eventos, a curiosidade que as pessoas de todas as idades despertam ao tomar conhecimento dos gibis de nossa cooperativa, os elogios e as palavras de apoio e de incentivo que nos dedicam, ao descobrirem que tudo é feito por brasileiros como eles – os brasileiros são sim solidários com os artistas brasileiros, só não vê quem não quer. E são pessoas que estão afastadas dos Quadrinhos não porque não gostam deles, mas é que foram totalmente desprezadas pelos atuais editores e republicadores de Quadrinhos no Brasil, com sua mentalidade elitista e discricionária, com suas publicações caríssimas! Pena que esses republicadores, enclausurados em suas redomas de pompa e bajulação aos estrangeiros, não conseguirão jamais entender a satisfação que as pessoas sentem ao se deparar com os gibis da Júpiter II, sem elitistmo, sem comunismo, sem relativismo moral, sem anti-heróis amorais e sanguinários, sem anticristianismo! Confiram algumas fotos do evento. (JS)


ANUBIS WARRIOR, PRODUZIDO PELO ESTÚDIO INK BLOOD COMICS

Anubis Warrior é o novo lançamento da editora independente Cultura & Quadrinhos, capitaneada pelo paranaense Fábio Chibilski, que vem crescendo nos últimos anos com bons gibis, incluindo novas aventuras do caubói Chet, de Wilde Portela. Anubis Warrior n.1 (14 cm x 20 cm) nos chega com capa couchê colorida (autoria de William Soares), 26 páginas em p&b e o mini-poster central colorido, apresentando a primeira parte da HQ “O Despertar da Besta” produção do estúdio Ink Blood Comics (escrita por Chibilski, ilustrada por Thiago Santos e finalizada por Chibilski), mostrando Alex Foster, jovem e extrovertido arqueólogo explorador que é capturado por divindades egípcias que o transformam num guerreiro contra as forças das trevas. inkbloodcomics@gmail.comwww.editoraculturaequadrinhos.com

FANZINE QI N.117 REPLETO DE BRINDES E ATRAÇÕES

Bastante robusto o 117º. número do QI, de Edgard Guimarães, com mais 28 páginas repletas de informações e curiosidades sobre o mundo das HQs e dos fanzines. A capa, a exemplo dos dois números anteriores, é de autoria do catalogador de personagens brasileiros dos Quadrinhos, Lancelott Bartolomeu, e o herói retratado neste número é o ‘Super-Ed’, uma homenagem feita ao super-editor Edgard Guimarães, campeão de persistência e abnegação fanzineira – como não teria condições de imprimir a capa colorida, tal como o desenho original de Lancelott, Ed presenteou os leitores com um ‘card’ mostrando a ilustração da capa, menorzinha é claro, mas em cores. São muitos os destaques desta edição: em ‘Mistérios do Colecionismo’, os gibis de terror da Bloch Editores; em ‘Tirando o Chapéu’, o clássico Pafúncio/Bringing up Father, de George MacManus; na coluna de Worney de Souza, ‘Mantendo Contato’, relembramos o surfistinha dos Quadrinhos, Agster; em ‘Memória do Fanzine Brasileiro’, depoimento de Aimar Aguiar editor do fanzine Nostalgia dos Quadrinhos; e no indefectível Fórum dos leitores, o destaque é a emotiva carta do amigo Antônio Amaro. Ficou faltando a coluna publicada nos dois números anteriores, sobre os Heróis Brasileiros dos Quadrinhos, tomara que volte na próxima edição, mas por outro lado há outros ótimos textos do editor: uma crônica muito bonita sobre seu primo, o cartunista Málus, e especialmente um artigo em que aborda o tema dos direitos autorais, focado na experiência acontecida com Milton Caniff, o célebre autor de Terry e os Piratas e Steve Canyon. A divulgação das publicações independentes está nas páginas finais, afinal, navegar é preciso. Ops, quase ia me esquecendo, além do ‘card’ o editor presenteia os leitores com mais duas folhas dos Cotidianos Alterados, com tiras do autor/editor e comentários sucintos e completos sobre duas obras-primas dos Quadrinhos: Little Sammy Sneeze de Winsor McCay (Little Nemo) e Os Terrores dos Tadinhos/ Terror Of The Tiny Tads de Gustave Werbeck. edgar@ita.br

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

SAIU O SEGUNDO NÚMERO DE TIRAS vs. MONSTROS

Saiu pela cooperativa Júpiter II o segundo número de Tiras vs Monstros (21 cm X 15 cm, 24 páginas p&b, capa couchê colorida) apresentando mais duas HQs explosivas mostrando exatamente o que diz o título: aventuras de dois policiais militares lutando contra monstros da literatura e do cinema. No primeiro número tivemos um monstro espacial e a múmia; nesta segunda edição, os tiras Pedro e Paulo se deparam com um lobisomem e um monstrengo que faz lembrar O Monstro Da Lagoa Negra, ou por outra, aqueles homens-peixes dos filmes italianos. Tiras vs Monstros é exatamente isso, filme B em Quadrinhos, surgido da iniciativa de dois fanzineiros, o ilustrador Antoniêto Pereira e este vosso humilde roteirista (que adora trabalhar com esta série). Fanzineiros e cineastas de filmes com baixo orçamento têm muito em comum, pois sabem das dificuldades de se fazer um filme, ou editar alguma publicação, sem contar com ajuda do mainstream hollywoodiano, das revistas especializadas (especializadas em chatices!), dos segundos cadernos de jornais e seus críticos ‘entendidos’. Portanto, Tiras vs Monstros é coisa de fanzineiro, coisa de cineasta ‘b’, de ‘bagaceiro’! Para aqueles desconhecem isso e vivem do elogio fácil do que é feito no exterior com dinheiro transbordante, só restam as ofensas irônicas e o sarcasmo, que mal dissimulam a inveja. (JS)

domingo, 7 de outubro de 2012

PROJETO CHROMA LANÇA CRÔNICAS DE PIÁPOLIS


Projeto Chroma (www.projetochroma.net.br) lança sua segunda edição impressa, editada por Thiago Silva (autor do Bandeirinha, resenhado três posts abaixos): trata-se de Crônicas De Piápolis (21 cm x 15 cm, capa colorida com 34 páginas p&b), escrito e ilustrado por Alexandre Garcia da Silva. São três histórias apresentando personagens habitantes da cidade de Piápolis, que parece representar especialmente a capital paulista, mas que pode ser também alguma outra metrópole. Nas palavras do autor:
Uma metrópole caótica, feia, suja, violenta e vibrante. Graças a um desenvolvimento urbano confuso, Piápolis tem dois ‘centros’: no ‘centro novo’ está concentrada a vida financeira da cidade e do país, e onde estão os bairros mais abastados. O chamado ‘centro velho’ tem um passado cultural muito rico. É onde aconteceram muitos dos principais movimentos literários e artísticos do país. Mas está atualmente abandonado, entregue a indigentes e bandidos. Muitos de seus prédios históricos, cafés, teatros e cinemas, que constituem um patrimônio cultural inestimável, estão fechando aos poucos.
E é neste cenário que vivem e convivem os personagens de Garcia, como o pintor Sotero e sua vizinha e namorada (ou quase namorada) Heloísa. A narrativa é feita com muita sensibilidade, contrastando com os desenhos de traços nervosos, criando cenários sombrios e melancólicos. Gostei muito das referências aos filmes antigos de suspense policial, em destaque o clássico Pacto De Sangue, de Billy Wilder – os fiéis e atentos leitores do Tormenta da Júpiter II, devem se lembrar que no número 4 eu também fiz referência a esse filme inesquecível. E só não gostei muito da cansativa ‘satanização’ dos governos militares, coisa que depois de oito anos de psdb e mais dez de pt, já não dá mais pra aguentar. Mas sem jamais desmerecer o bom trabalho de Garcia, que merece ser conhecido e apreciado. Mais informações em www.projetochroma.net/piapolis  (JS)

ICFIRE COMPLETA 22 ANOS!!!

Icfire, personagem de História-em-Quadrinho criado pelo potiguar Chagas Lima, completa 22 anos de vida! É isso mesmo, 22 anos circulando alegremente no meio fanzineiro e alternativo, marca impressionante para um autor brasileiro. E é o próprio Icfire quem vai receber o melhor presente de aniversário, na 94º. edição que acaba de ser lançada: sua companheira Patrícia vai lhe informar que está grávida! Vem aí um Icfirezinho! E o herói fica radiante de alegria, literalmente voando entre as nuvens, mas não lhe escapam também algumas reflexões de preocupação – afinal de contas, cada vez que nasce um filho, nasce também um pai, e esta é uma situação que o jovem Carl (identidade secreta do Icfire) ainda não enfrentou. Como costuma fazer o autor Chagas Lima, vez por outra o herói do fogo e do gelo tem algum momento de pausa na luta contra monstros e supervilões, para viver histórias ricamente humanizadas, como é o caso desta aqui, onde se apresentam também os mui simpáticos sogro & nora de Carl. Quem ainda não conhece esse fenômeno da produção independente brasuca, corra para o blog www.icfire.blogspot.com ou escreva para o email icfire.clima@gmail.com (JS)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

VULTO & TORMENTA, MAIS UM SENSACIONAL ENCONTRO ENTRE DOIS SUPER-HERÓIS BRASILEIROS DOS QUADRINHOS

Depois dos encontros entre Meteoro e Raio Negro; Velta & Raio Negro; Velta & Mirza; Lagarto Negro & Velta, a cooperativa de Quadrinhos Júpiter II – não por acaso a ‘Casa dos Super-heróis Brasileiros’ – apresenta mais um super-encontro entre dois de seus mais queridos personagens: Vulto, do mineiro Wellington Santos (com quatro edições já publicadas anteriormente) e Tormenta, do paulistano Eduardo Manzano (com sete edições já lançadas pela Júpiter II). O justiceiro mineiro junta forças com o vigilante paulista para enfrentar um perigo em comum: D.S.F. – A Super Ameaça, um novo, poderosíssimo e destruidor narcótico prestes a ser distribuído entre a população de nossas cidades. Vulto fica sabendo disso numa de suas missões na capital mineira, e sua descoberta o leva até a cidade de São Paulo, onde encontra o Tormenta. Após breve desentendimento, percebem que enfrentam o mesmo inimigo e juntam forças contra ele, contando com a ajuda de um delegado gente boa – que é gente boa é, mas bem que está precisando fazer uma dieta. Uma edição especial como esta só poderia mesmo vir numa revista com mais páginas do que a média de nossas edições: Vulto & Tormenta apresenta 44 páginas de ação, suspense e aventura com roteiro de Wellington Santos, ilustrada pelo Well e também por Raimundo Gomes. Dennis Oliveira e Pedro Belchior participam com suas bonitas ilustrações – e até os guris do Wellington marcam presença no gibi. Esta nossos leitores não podem perder! Nem eles nem aqueles que gostam de histórias bem escritas e bem desenhadas do gênero ‘super-heróis’! Um crossover (ou ‘crós-ovo’, como diria meu amigo Emir Ribeiro) pra ninguém botar defeito! (JS) smeditora@yahoo.com.br

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

BANDEIRINHA É A PRIMEIRA EDIÇÃO IMPRESSA DO PROJETO CHROMA

Cooperativa de Quadrinhos Chroma, capitaneada pelo jovem Thiago Silva, lança sua primeira edição impressa (21 cm x 15 cm, capa colorida e 48 páginas em preto & branco): trata-se de Bandeirinha – Os Tesouros Da Mãe Terra, escrita e ilustrada por Thiago Silva. De viés infanto-juvenil educativo, mostra o Bandeirinha, uma ave silvestre, que une forças com outras aves (um azulão e uma sabiá), além de uma loba guará, para combater a ação de humanos criminosos caçadores de animais silvestres. Por toda a história, e principalmente lendo os textos do prefácio, percebe-se a preocupação – e o conhecimento – do autor a respeito dos problemas ecológicos – tema que aborda com muita sensibilidade, e também de forma muito original (algo que não é muito fácil, diante de um tema já amplamente abordado), apresentando sua ‘liga da justiça de animais silvestres’ – para impedir os bandidos, as aves e a loba possuem seus poderes legados pela mãe-terra. Esta edição do Bandeirinha tem a intenção de ser a primeira de uma série de 11 edições, intenção pela qual faço votos para que seja plenamente realizada – e nós que também atuamos de forma independente, cabe-nos apoiar esse projeto, pois muito mais do que os ‘figurões’ das editoras-republicadoras brasileiras que vivem das benesses de material estrangeiro, nós conhecemos as dificuldades de se publicar obras de artistas pátrios, sem qualquer apoio externo e ainda aguentando o deboche dos que vivem do que vem de fora. Visitem o sítio do projeto Chroma em www.projetochroma.net.br para saber de outros projetos que vêm por aí, e se quiserem ter acesso aos livros virtuais já disponíveis. Ah, devo dizer que gostei muito do que li no texto de agradecimento escrito pelo autor, onde ele agradece a Deus, a seus familiares e amigos. Taí, por conta disso, eis outro autor sem a menor chance de ser lançado por alguma editora no atual mercado de Quadrinhos no Brasil e suas publicações virulentamente ateístas. Fizeram muito bem Thiago e seus parceiros ao partir para a empreitada do meio independente. (JS)

COTIDIANO ALTERADO É A GRANDE NOVIDADE DA NOVA EDIÇÃO DO QI, DE EDGARD GUIMARÃES

Em destaque na capa da mais recente edição do QI (Quadrinhos Independentes) de Edgard Guimarães temos mais uma vez ilustração de Lancelott Bartolomeu Martins, grande artista e historiador dos gibis & seus personagens, desta vez apresentando três caubóis dos Quadrinhos brasileiros: Máscara de Prata (Edmundo Rodrigues), Vingador Misterioso (Paulo Hamasaki) e Juvêncio O Justiceiro (Reinaldo Santos) – este último é o enfoque da coluna Heróis Brasileiros, escrita pelo editor Guimarães. Além das colunas habituais (Mistérios do Colecionismo, Mantendo Contato, Fórum De Leitores, índice de publicações independentes) e das curiosidades que marcam a nova fase do QI (iniciada a partir do centésimo número), um singelo presente para os fiéis leitores nesta edição: uma página extra, vinda num envelope à parte, apresentando de um lado uma tira do editor chamada Cotidiano Alterado (com narração puramente visual); e do outro lado da página (Outros Cotidianos Alterados) apresentando tira e breve história sobre Krazy Kat, a genial obra de George Herriman. Contatos com o Ed Guimarães em edgard@ita.br (JS)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DE VOLTA REAÇÃO, O SUPER-HERÓI REACIONÁRIO

Li certa vez de um ‘valente’ não-identificado, um dos inúmeros idiotas que se aproveitam das possibilidades de anonimato oferecidas pela internet, dizendo o seguinte, após uma resenha feita sobre o primeiro número do gibi Reação, da Júpiter II: “O Salles é tão ignorante que nem sabe o que é reacionário!”. Pois bem, alguém que chama outrem de ignorante deve ser, imagino, um poço de cultura e sabedoria – ainda que lhe falte coragem para mostrar a cara, para mostrar o nome verdadeiro. Mas enfim, independente desse ‘culto e valente’, reafirmo: Reação é sim um super-herói reacionário, na medida em que se afasta das características dos atuais supers dos Quadrinhos – especialmente dos enfadonhos marvéticos e decenóicos da atualidade, tristemente inspirado nos asquerosos justiceiros e volverines da vida. É isso que significa o Reação, uma... reação contra a paranóia, as neuroses, as perversões e ódios que marcam grande parte dos personagens dos Quadrinhos da atualidade. Neste terceiro número de Reação (21 cm x 15 cm, capa couchê colorida e 28 páginas preto & branco) uma incrível coincidência faz com que um bandido vulgar tenha acesso às pílulas que dão superforça e poder de vôo, provocando pânico na cidade. Mas Luís Cláudio e seu mentor, o General Olímpio, farão de tudo para deter o super-meliante. Desenhos do artista de rua paulistano, o retratista William Cabral – ele também é autor da capa (colorizada por Wellington ‘Vulto’ Santos). A edição ainda inclui ilustrações por Dennis Oliveira, Márcio Rogério Silva e do mestre Elmano Silva. smeditora@yahoo.com.br

TURMA DO XAXADO DE VOLTA EM GRANDE ESTILO

Foi com muita alegria que recebi a nova publicação apresentando a Turma do Xaxado, de Antônio Cedraz, um caprichadíssimo álbum de luxo (28,5 cm x 21,5 cm, 48 páginas coloridas em papel couchê) intitulado O Livro De Encantamentos Da Maré De Vazante, apresentando histórias curtas da turminha mais querida dos Quadrinhos brasileiros – ilustradas por Cedraz e Sidney Falcão (cujo trabalho conheço desde os tempos do fanzine Miudins). O Livro de Encantamentos, além de magia, provoca também muitos risos, especialmente quando instigados pelo impagável Zé Pequeno. Ou pode também trazer perigos, quando invocado pelo ganancioso Arturzinho. As histórias da Turma do Xaxado, como sempre, são graciosas, emotivas, e de espírito crítico. E que nosso bom mestre Cedraz saiba que pode contar com nossas orações ininterruptas, para que possa superar os difíceis problemas de saúde que vem enfrentando. revista@xaxado.com.br - www.xaxado.com.br (JS)

BLUESERIA, O FANZINE PARA QUEM GOSTA DE BLUES

Os aficionados pelo estilo musical do blues podem contar com um fanzine muito especial – e fanzine é coisa de fã mesmo, de gente que gosta de falar sobre as coisas das quais gosta. Por isso o multi-editor Denílson Reis (da cidade de Alvorada/RS) apresenta o sexto número de Blueseria, 20 páginas no formato ½ A4, capa dupla de Anderson Ferreira (que vocês podem apreciar acima), e repleto de artigos, fotos e ilustrações sobre o mundo do blues, seus artistas, estilos, shows e sonoridade, com colaboradores de primeiro time como Alex Doeppre, Bira Dantas, Juliano Machado, Valdir ‘Hendrix’ Ramos, Luís Bissigo, Marcel de Souza e Laerçon Santos. O destaque são as crônicas do editor Denílson relatando os shows aos quais compareceu, escritas num estilo afetivo e pessoal, despretensioso, como se ele estivesse ao nosso lado, batendo um papo. A propósito, creio que seja esta mesma a intenção do editor, conforme suas próprias palavras expressas no editorial: “publicar o Blueseria é dar espaço para o Denílson amante do blues, que percorre os espaços brasileiros em busca de um show, seja com os músicos locais ou vindo da terra do blues, os EUA”. Denílson aparece em diversos fotos ao lado dos artistas dos shows aos quais presenciara – numa das fotos aparece com uma camiseta maneiríssima, com os personagens do desenho Os Impossíveis, dos estúdios Hanna-Barbera. Contatem o Denílson no e-mail tchedenilson@gmail.com, e curtam o versão virtual do fanzine em www.blueseria.blogspot.com (JS)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

SAI A SEGUNDA EDIÇÃO DE MESTRE VITALINO, BIOGRAFIA EM QUADRINHOS POR SIVANILDO SILL

Saiu a segunda edição da novela gráfica Vitalino – O Menino Que Virou Mestre, biografia em Quadrinhos do grande artista pernambucano feita por Sivanildo Sill, autor do laureado Cordel Comix e seus personagens impagáveis. Os bonecos esculpidos do barro caruaruense e transformados em arte por Mestre Vitalino correram o mundo e foram exibidos até no Museu do Louvre em Paris, e Sill nos apresentou obra digna da importância do biografado. E esta segunda edição chega num capricho ainda melhor do que a primeira, agora com 24 cm x 17 cm com 104 páginas em couchê – acabamento gráfico digno dos dois artistas que encantam esta obra, Vitalino e Sill. Já comentei a respeito do livro aqui

http://www.jupiter2hq.blogspot.com.br/2012/01/vitalino-e-obra-prima-do-cartunismo.html
fica mais uma vez a sugestão indispensável de leitura, especialmente para aqueles que ainda desconhecem, e que terão a chance de conhecer de supetão o trabalho de dois grandes artistas brasileiros. Muito sensata a observação do pesquisador Arthur BigHead, um dos apresentadores do livro:

Ter noção da dimensão deste personagem [Mestre Vitalino] ajudará a entender a força da cultura pernambucana. A população terá acesso à biografia do Mestre Vitalino numa linguagem objetiva, facilitando a diferentes faixas etárias, a compreensão da importância desta personalidade em nossa cultura.

O ideal seria que um livro como este fosse encontrado em todas as bancas e livrarias brasileiras, mas quem não conseguir encontrar pode tentar com o próprio Sill em www.sillhqvitalino.wordpress.comwww.sillcartum.wordpress.comsillcartum@hotmail.com (JS)

NOVO SISTEMA LANÇA DOIS NOVOS FANZINES

Mais dois lançamentos saídos da pujante cooperativa de Quadrinhos Novo Sistema, capitaneada pelo intrépido Riccelle Sullivan Suád, incansável roteirista, ilustrador e editor do fanzine do Homem-Camaleão (com o lançamento do n.12), e também do quinto número do fanzine o do Átomo (ambos no formato 1/2 A4 com 16 páginas p&b - exceto pela capa colorida do fanzine do Homem-Camaleão). Faz-se necessário o conhecimento dos números anteriores, mas nada impede que aqueles leitores que conheçam esses instigantes personagens a partir de agora, não queiram se interessar por conhecer as edições passadas. Vale a pena, especialmente para apreciar e apoiar as iniciativas do Novo Sistema, e especialmente do Suád que é um persistente incurável – representando muito bem a atual geração de quadrinhistas maranhenses.

Depois de levar uma surra incrível do Crocodilo, o Homem-Camaleão (que perdeu até o uniforme original, usando um improvisado – e muito bacana!) neste número leva outra surra, de uma inimiga que ele ainda desconhecia: a misteriosa Corona. Já o Átomo ‘quebra um pau’ feio com um vilão muito mais forte e poderoso do que ele, mas o reforço já vem a caminho. Contato com o Suád em lynx_2811@hotmail.com  – já o blog do Homem-Camaleão é www.homemcamaleao.blogspot.com  (JS)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

DOCUMENTÁRIO HOMENAGEIA GRANDE MESTRE DOS QUADRINHOS

Márcio Baraldi, cartunista autor de conhecidos personagens como Roko Loko e Rap Dez, já mostrou sua versatilidade como designer de vídeo games, e agora vai além: produziu e dirigiu um documentário sobre um grande mestre dos Quadrinhos, argentino e brasileiro: Ao Mestre Com Carinho - Rodolfo Zalla. Durante cerca de 72 minutos de filme, mestre Zalla fala sobre sua carreira desde os tempos em que morava na Argentina, relembrando personagens e estilos diversos que marcaram sua trajetória, contando ‘causos’ dos bastidores nas diversas editoras onde trabalhou, dá suas opiniões sobre o mercado de Quadrinhos, mostra trabalhos originais – entre estes, várias curiosidades, incluindo uma capa do Escorpião, jamais publicada. Durante os depoimentos, capas e páginas de HQs ilustradas pelo mestre ao longo dos anos – mestre que continua em plena atividade, ainda desenhando, insistindo em seu amor às Histórias-em-Quadrinhos – basta notar sua comovente persistência com a nova versão da Calafrio. Rodolfo Zalla que recentemente honrou a todos nós da Júpiter II, ilustrando o Blenq, de Rod Gonzalez. www.marciobaraldi.com.br

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

SAI A SEGUNDA EDIÇÃO DE ROMANCE EM QUADRINHOS, COM DESENHOS DE ADAUTO SILVA

Saiu pela cooperativa Júpiter II o segundo número de Romance Em Quadrinhos, resgatando um estilo de HQ muito popular no passado, apresentando nesta edição (21 cm x 15 cm, capa couchê colorida e 32 páginas em preto & branco) uma história muito especial ilustrada mais uma vez por Adauto Silva (ele também autor da magnífica capa que vocês podem apreciar acima): ‘No Amor E Na Guerra’ – escrita por este humilde criado de vocês, é uma história romântica fictícia, com personagens fictícios, mas baseada em acontecimentos históricos reais, e recentes: a missão da Organização das Nações  Unidas (ONU) para a pacificação do Haiti, formada majoritariamente por soldados e oficiais do Exército Brasileiro. A premissa na qual pensei para esta história foi: ‘o que aconteceria se uma jovem do Médicos Sem Fronteiras se apaixonasse por um soldado?’ - haja vista que há um acordo tácito durante os conflitos, que mantêm afastados – por questões de segurança – os soldados e os médicos que operam nos locais deflagrados. A inspiração para escrever esta história veio de dois ótimos livros que tratam sobre o assunto: Dopaz – Como O Exército Brasileiro Pacificou A Favela Mais Violenta Do Haiti, da jornalista Tahiane Stochero; e também Combate De Paz, de Luciano Moreira, ex-combatente na missão da ONU – mas vejam bem, eu disse que busquei inspiração nesses livros valorosos, para escrever uma história fictícia de teor romântico; quem quiser saber dos fatos, da História que se passou – e continua acontecendo – no Haiti, recomendo a leitura atenta dos livros supra-citados. Uma História cada vez mais difícil de ser (re)construída, após o terrível terremoto de 2010 que assolou a país caribenho. Mas os soldados e oficiais brasileiros continuam por lá, fazendo o possível para contornar aquela situação e fazer valer a finalidade da missão da ONU, que é devolver ao Haiti à ordem social. No gibi, o destaque, como não poderia deixar de ser, são os desenhos de Adauto Silva – pelo fato da história se passar em uma região de conflito bélico, mestre Adauto nos dá a impressão de estarmos lendo uma clássica HQ de guerra dos comics de antigamente – infelizmente Adauto não pode contar com nenhum Robert Kanigher, então, ‘vai comigo mêmo!’ Sorte minha, mais uma vez poder contar com tão valiosa parceria! (JS) pedidos para smeditora@yahoo.com.br

quarta-feira, 25 de julho de 2012

QUINTO NÚMERO DE HISTÓRIAS SAGRADAS APRESENTA HOMENAGEM A SANTO AFONSO DE LIGÓRIO


Os fiéis leitores de nossas Histórias Sagradas bem se lembram que logo no primeiro número expressamos nossa intenção de apresentar versões feitas em História-em-Quadrinho de conhecidas passagens narradas pelos evangelistas do Novo Testamento. Pois bem, peço licença a vocês para quebrar temporariamente esta promessa, e apresentar uma edição um pouco diferente. Neste quinto número estaremos apresentando Histórias-em-Quadrinhos baseadas em exemplos dados por Santo Afonso Maria de Ligório no livro Glórias de Maria. O autor, italiano nascido no ano de 1696, com cerca de trinta anos de idade já era conceituado advogado que decidiu abandonar seu ofício, sua carreira, sua residência e todo seu mundo material dando preferência para um radical sacerdócio de vida cristã. E não conseguiu pouco: tornou-se o fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, mestre e doutor da Igreja, tendo escrito e publicado durante sua longa existência (faleceu em 1787) mais de cem livros. Quem melhor define em poucas palavras toda a importância do egrégio missionário redentorista é o excelentíssimo tradutor da edição brasileira de Glórias de Maria, o também redentorista Padre Geraldo Pires de Souza:

Afonso foi um grande Santo, foi um zeloso missionário, foi um abençoado fundador, foi um fecundíssimo escritor. Deixou exemplo de virtude, deixou normas para a Congregação religiosa que fundara, deixou uma centena de livros, e ainda hoje abrasados os corações de quanto lhes percorrem os escritos.


E sem dúvida que o livro Glórias de Maria é um exemplo perfeito de reflexão e devoção dos atuais corações abrasados que tiveram o privilégio de lê-lo. Publicado pela primeira vez, após intensa controvérsia entre os religiosos, no ano de 1750, desde então e até hoje o livro foi lançado em todos os países democráticos e civilizados do mundo, através de centenas de edições. No Brasil pode ser encontrado em sua 20ª. edição pela Editora Santuário. Um livro indispensável para todos os cristãos - especialmente para aqueles que almejam ser na vida muito mais do que um “cristão de IBGE”. Glórias de Maria foi escrito após mais de dez anos de estudo, o que rendeu a Santo Afonso uma erudição impressionante, mais impressionante ainda quando constatamos quão popular e acessível é a linguagem que expressa em suas páginas. Como se todos os autores citados se unissem em única prece num inigualável hino de louvor à Venerável Mãe de Jesus, Glórias de Maria é um monumento literário que abençoa a humanidade - especialmente aqueles humanos que o leram - há mais de 250 anos! Nossa intenção com este gibizinho de Histórias Sagradas é evidentemente muito, mas muito, muitíssimo mais modesta do que esta obra monumental que é Glórias de Maria. Limitamo-nos, eu e o ilustrador José Menezes, a escolher e adaptar curiosos e instigantes exemplos de devoção que Santo Afonso divide com os leitores. Se estas poucas páginas de Histórias Sagradas n.5 puderem de alguma forma incentivar alguém a ler Glórias de Maria, já terá valido a pena. Ah, sim, e como eu disse, a quebra de promessa é só temporária, no próximo número retomamos as adaptações das narrativas evangélicas do Novo Testamento. (JS) contatos para o email smeditora@yahoo.com.br

domingo, 22 de julho de 2012

PERYC, O MERCENÁRIO


Denílson Rosa dos Reis, experiente fanzineiro conhecido como Tchêdenílson (alusão ao fanzine Tchê, que Denílson edita há mais de duas décadas), lança a primeira edição de uma revista com histórias do personagem de sua criação: Peryc, O Mercenário, formato 21 cm x 15 cm, capa couchê colorida (autoria de Marcel de Souza), 28 páginas em tons de cinza, edição caprichadíssima. Deixemos que o próprio Denílson explique melhor, e apresente o Peryc àqueles que ainda não o conhecem:


Realização de um sonho! (...) Não um sonho sonhado exclusivamente por mim, mas por vários editores de fanzines que ao longo dos anos buscaram uma melhor edição para seus zines. (...) Peryc é minha mais importante criação. Não que eu tenha criado muitos personagens nestas mais de duas décadas dedicadas ao Quadrinho nacional e aos fanzines. Ele vem de minha vontade de entrar no mundo da espada e da fantasia, o mesmo mundo que me levou ao universo dos fanzines quando, ainda adolescente, travei contato com o mundo de Conan, O Bárbaro.


E a admiração do autor/editor/roteirista com o Conan se percebe nesta edição que dedica sete páginas com textos e ilustrações (lindíssimas) a respeito do universo Conan, sua trajetória no mercado editorial brasileiro, e até mesmo sobre aquele filme lançado recentemente. E, nas três HQs criadas por Denílson, seus colegas do Quadrante Sul, antigos e novos amigos feitos pelo caminho – histórias muito bem narradas e ricamente ilustradas (Alex Doeppre, Marcel de Souza, Matias Streb e Jáder Corrêa) – Peryc mostra que foi inspirado pelo Conan, mas não é o Conan: o diferencial está mesmo nos toques de brasilidade com os quais é apresentando, não somente no vestuário (especialmente aquele visto na HQ “Rumo A Pedras Negras), mas também na narrativa: Peryc, vivendo numa era futurista pós-holocausto nuclear, é um “bárbaro sulista criado nos pampas do sul da América” – o que é óbvia referência ao Rio Grande do Sul, estado natal do autor Denílson; além disso, o deus de Peryc é uma antiga divindade sul-americana, Sepé – que também é referência a um clássico dos Quadrinhos brasileiros, de Flávio Colin. Denílson, eu é que sou seu discípulo! Quando você iniciava nos fanzines, eu não fazia nada da vida, exceto me embebedar e/ou me ‘chapar’ o tempo todo! Parabéns a você e a seus parceiros que nunca perderam tempo assim e que produziram, após muitíssima insistência, esta pequena pérola em Quadrinhos, desta nova coleção que se inicia! Entrem em contato tchedenilson@gmail.com  – http://www.perychq.blogspot.com/  (JS)

terça-feira, 10 de julho de 2012

BENJAMIN PEPPE n.3 APRESENTA PARTICIPAÇÕES MUITO ESPECIAIS

Saiu pela Júpiter II o terceiro número de Benjamin Peppe, personagem criado por Paulo Miguel dos Anjos que é um dos preferidos entre os leitores de nossos gibis, especialmente os mais jovens e a petizada. E este número (formato 21 cm x 15 cm, 24 páginas p&b) está realmente muito bacana, com participações especialíssimas: Letícia (personagem criada pelo gaúcho Rafael Grasel), e até mesmo o heróico Icfire, do potiguar Chagas Lima, vivendo aventuras ao lado do boa praça Benjamin Peppe. E ainda uma terceira história, uma divertida disputa de handebol, escrita por Anjos e ilustrada pelo jauense William Raphael Paraízo. smeditora@yahoo.com.br (JS)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

OS TEÓRICOS MARXISTAS DOS QUADRINHOS - ELITISTAS E DESTRUIDORES DE GIBIS


Se o sr. Sigmund Freud realmente estiver com a razão, todos nós passamos, em nosso desenvolvimento físico, uma fase em que sentimos desejo de consumir nossas próprias fezes – é a tão famosa ‘fase anal’, ou coisa que o valha. Pois bem, permitam-me os leitores fazer uma comparação, estapafúrdia que seja, com nosso desenvolvimento intelectual – e, se por acaso lhes parecer mesmo estapafúrdia, compreendam como saída metafórica da qual este pobre escriba faz uso para tentar esclarecer seu ponto de vista.
Deste modo, em nosso desenvolvimento intelectual, quando já crescidos buscamos nos informar através dos livros e de ensinamentos diversos, nós também passamos por uma fase em que somos atraídos por excrementos – excrementos teóricos ou literários. No caso específico das Histórias-em-Quadrinhos, os excrementos intelectuais seriam os livros teóricos escritos por autores marxistas – e, para quem cresceu a partir dos anos 70/80 do século passado (em pleno governo militar considerado ‘de direita’) não havia escapatória: todos os teóricos dos Quadrinhos eram de viés comunista-esquerdista-marxista-leninista-stalinista-gramsciano, etc. Livros escritos por pessoas que, quando crianças e jovens, deleitavam-se com a leitura das grandes obras dos Quadrinhos, com alguns dos mais maravilhosos personagens já criados, e criados majoritariamente por autores estadunidenses, refletindo, portanto, os valores daquela sociedade. Acontece que, assim que aqueles antigos jovens leitores de Quadrinhos ingressaram na universidade, tomaram contato com a ideologia marxista, por ela se apaixonaram e se deixaram levar. Sendo o anti-americanismo um dos pilares do marxismo de algibeira, aqueles que um dia amaram os personagens clássicos das HQs, passaram a odiá-los, e mais: escreveram contra eles, repudiando-os da maneira mais abjeta possível e, agindo assim, evidentemente acabaram influenciando tantas outras pessoas através de seus livros. O resultado prático estamos vendo hoje: os personagens clássicos das grandes obras dos Quadrinhos, monumentos culturais da humanidade, foram sumindo das bancas até desaparecerem totalmente, mesmo personagens ultra-populares no passado, como o Fantasma, o Tarzan, e o Mandrake, sucumbiram diante da implacável militância teórica dos comunistas das HQs. Portanto, se hoje em dia só encontramos nas prateleiras das bancas os mangás e os personagens Marvel/DC (estes cada vez mais abomináveis); se as publicações com Histórias-em-Quadrinhos vêm se tornando cada vez mais restritivas, cada vez mais elitistas, devemos esse triste estado de coisas aos teóricos marxistas-gramscianos. Existe ainda um ou outro fanzineiro que elogia as grandes obras do passado, mas, para não ficar ‘ruim na fita’ com seus pares, emplaca um anti-americanismo de dar pena, mesmo que as páginas do fanzine sejam dominadas pelos personagens americanos – um portal de incoerência e de insanidade, caso que necessitaria de atendimento psiquiátrico na ala dos esquizofrênicos.
Os livros teóricos marxistas sobre HQs acabam provocando, acima de tudo, prevenção e preconceito contra os personagens lá analisados. O Fantasma e o Tarzan, por exemplo, não tiveram muita chance: ainda que nas histórias, por incontáveis vezes se mostrassem destemidos defensores dos povos nativos da selva contra os exploradores brancos, foram eles considerados pelos teóricos comunistas os piores ‘colonialistas e imperialistas’ do mundo. De modo que, um jovem leitor que tivesse tido a infelicidade de ler algum livro de viés comunista sobre os Quadrinhos antes mesmo de ler uma única HQ do Fantasma ou do Tarzan, diante de tanto preconceito que encontrasse naqueles livros criaria para si tamanha prevenção contra aqueles personagens, que jamais poria os olhos numa historieta deles, quanto menos comprar um gibi.
Outra personagem que se tornou alvo preferencial da histeria comunista foi Aninha A Pequena Órfã/ Little Orphan Annie, de Harold Gray. Tira diária em Quadrinhos lançada nos jornais no dia 5 de agosto de 1924, começou como tira humorística a respeito de uma jovenzinha ruiva, Annie, com seu cãozinho Sandy. Com o passar dos dias e o ingresso de novos personagens, especialmente o milionário ‘Daddy’ Warbucks/ Papai Warbucks (que viria a adotar a pequena Annie) e seu fiel empregado hindu, Punjab, a série foi ganhando contornos de aventura (mas sem perder jamais o bom humor) que a consagrou entre os leitores. Após a morte do autor em 1968, outros tentaram dar sequência à tira, mas de forma medíocre. Nem mesmo o grande Leonard Starr conseguiu melhores resultados. Pior ainda foi a sátira depravada que Harvey Kurtzman produziu para a revista dos onanistas marmanjos, a Playboy. Muito mais dignas foram as adaptações para os palcos da Broadway e um filme musical (Annie, de 1981), ambos dirigidos por John Huston. O filme não fez sucesso, uma pena, mas eu adorei e o tenho em dvd.
No Brasil, Aninha A Pequena Órfã também tornou-se muito popular e muito querida entre o público leitor antes do advento dos teóricos comunistas. Foi Adolfo Aizen quem começou a publicá-la entre nós no Suplemento Juvenil a partir de 1938, posteriormente passando às organizações da família Marinho, aparecendo na revista Biriba a partir da década seguinte. A personagem retornou numa história solitária no sexto e derradeiro número do Almanaque Do Gibi Nostalgia, através da RGE de Roberto Marinho, maio de 1977. Quando por ocasião do lançamento deste Almanaque, o estrago dos teóricos marxistas já estava feito. Nunca mais foi publicada por aqui. Isso porque a tira já havia sido punida e condenada pelos boçais, especialmente devido a função exercida pelo Papai Warbucks: era fabricante de armas. Mas, o mais óbvio exercício de reflexão histórica mostra que, nas primeiras décadas em que Annie estava sendo produzida e lançada nos jornais, pairavam os rancores da Primeira Guerra Mundial, a ameaça nazi-fascista-imperialista já se fazia sentir em negras nuvens, até que as agressões militares se dessem por todo o planeta, iniciando o segundo conflito mundial. Fabricar armas, naquela ocasião, era instinto de defesa dos países atacados, especialmente entre aqueles que se esforçavam nos modelos democráticos.
Ah, mas relendo essa HQ da Aninha no sexto número do Almanaque Do Gibi Nostalgia, fica muito mais fácil compreender a aversão que os teóricos bocós do comunismo sentem pela tira de Harold Gray: no dia de Ação de Graças, o ‘reacionário’ Papai Warbucks, mesmo sendo bilionário e podendo organizar a mais nababescas das festas, empanturrando a si mesmo e a seus convidados com beberagens e glutonarias, decide passar o feriado, ao lado de sua filha adotiva, na casa de um humilde casal de agricultores, desfrutando de frugal refeição – após a qual, sentado ao pé de uma lareira, o ‘reacionário’ reflete:


Todos nós temos o que agradecer, mas acho que a maior benção de todas é termos uma menina como a Aninha, que foi enviada para este mundo para fazer nossas vidas valerem a pena.


Esta singela passagem, caros leitores, revela muito bem as causas da aversão dos teóricos do marxismo contra Aninha, A Pequena Órfã. Pois sabemos que, ainda mais do que o sentimento anti-americano, o leitmotiv da comunistada, o que move os seguidores do stalinismo e do gramcismo a mostrar suas garras ao mundo é o sentimento anti-cristão (por isso consideram o cristianismo como sendo o ‘ópio do povo’). Como admitir, então, um personagem como o Papai Warbucks, que agradece a benção de ganhar uma filha, ainda que adotiva?
Demorou para ‘cair minha ficha’, mas há um bom tempo consegui me livrar da influência maléfica dos teóricos vermelhos dos Quadrinhos, antes mesmo que seus pares tomassem o governo brasileiro e fizessem o que ainda estão fazendo na administração pública. Hoje é fácil de entender porque desprezam e rejeitam heróis como o Fantasma, o Tarzan, o Superman (o do passado, não a josta em que os atuais roteiristas o transformaram). Este, mesmo com poderes para dominar o mundo e fazer dele uma extensão do que fizeram Stálin e Mao Tsé-tung, usa toda sua força, todo seu sentimento, na defesa de seus irmãos mais fracos – ele que nem mesmo nasceu em nosso planeta. Por isso é repudiado pelos comunistas teóricos das HQs, que preferem os personagens de chiclete com banana – preferem mulheres bêbadas, drogadas e depravadas, punks que saem cuspindo em qualquer pessoa que não pense como eles; para os fiéis seguidores de Antônio Gramsci, muito melhor do que o incansável defensor dos seres humanos é um solteiro desocupado com seringa no nariz, excitado para fazer sexo incestuoso com a própria mãe; muito mais digno do que os defensores dos povos nativos africanos, são os piratas de rios fedorentos, saqueadores e estupradores amorais.
Graças a Deus me livrei dessas influências perniciosas! Graças a Deus superei a ‘fase anal’ de minha instrução intelectual! Graças a Deus esses teóricos comunistas que antes me impressionavam, hoje me causam repulsa e/ou comiseração! Por isso minhas coleções de chiclete com banana, circo e geraldão já foram para o lixo, e hoje junto meu dinheiro na esperança de adquirir a recente edição da IDW Publishing, republicando em álbum de luxo as tiras diárias e páginas dominicais de Little Orphan Annie – e, querem saber? Sou capaz de apostar que os tais teóricos marxistas, escondidinhos, já compraram esse álbum para suas coleções! Afinal de contas, apesar de mal-vestidos, são mais ricos do que eu – e vocês sabem que não posso ser considerado exatamente um pobretão, hein? (JS)