sexta-feira, 12 de setembro de 2014

SAIU O SEGUNDO NÚMERO DE VERDUGO O INACREDITÁVEL, DE VERÔNICA SAIKI

Cooperativa Júpiter II acaba de lançar a segunda edição de Verdugo O Inacreditável, (21 cm x 15 cm, capa colorida em couchê, 22 páginas p&b) criação da brasiliense Verônica Saiki. Desta feita, a autora reuniu quatro HQs que foram originalmente publicadas nos fanzines que a mesma Verônica editou nos anos de 2007 a 2009, mostrando as primeiras aparições de seus divertidos e instigantes personagens – Verdugo, Chupeta, Silueta Ada e Eva. Este editor confessa a vocês que ficou felicíssimo com esta edição, e explico: eu conheci os fanzines do Verdugo na ocasião em que foram lançados, e a impressão foi tão boa e marcante que, quase cinco anos depois, mesmo eu tendo perdido contato mais próximo com a autora, fiz convite para que ela participasse da Júpiter II. Quando me apresentou o material fiquei surpreso, pois tinha em mente o Verdugo dos fanzines e não esperava a drástica mudança estética que Verônica mostrara. Mas o talento estava lá, firme, vívido, arrojado, incrível, e com muita satisfação lançamos o número 1 do Verdugo pela Júpiter II no mês de fevereiro próximo passado. E com alegria redobrada recebi da autora o recado de que, para o segundo número, ela mesma reuniria HQs publicadas nos fanzines. Conversando com a Verônica por email, me chamou a atenção uma de suas frases, dizendo que ela mal se reconhecia nessas HQs antigas (nem tão antigas assim, né?). Claro que as pessoas mudam seus conceitos e, no caso dos artistas, isso reflete nas obras de arte que elaboram. Mas a alma, a boa índole, a dedicação, a convicção de querer passar uma boa mensagem, nada disso Verônica perdeu, mas são sentimentos que engrandecem com a maturidade da artista. Portanto, para quem não conheceu aqueles fanzines maravilhosos da década passada, eis aí uma boa chance para conhecer, ao menos pequena parte deles. E conheçam mais sobre o Verdugo e sua autora em www.verdugooinacreditavel.blogspot.com.br (JS)

FANZINE QI SEGUE COM FORÇA TOTAL!!!

O editor Edgard Guimarães parece mesmo cada vez mais empolgado com o fanzine QI, como atestam as 32 páginas da 128ª. edição, já circulando para os interessados. Autor da capa dramática, ele também assina diversos artigos, entre eles: na sessão ‘Mistérios do Colecionismo’ fala sobre as publicações da Editora Versus, que reuniu autores esquerdistas contra os governos militares – naquela ocasião ainda era concebível autores de esquerda com aquele discurso, mas hoje, depois de 12 anos de bandalheira petista, manter o mesmo discurso... não dá mais pra aguentar; bem melhores são os assuntos que Ed trata nos outros artigos, como em ‘Desvendando a Alma em Matéria Pouca’, onde percebe uma incrível gafe de Bill Waterson numa prancha dominical do Calvin; ou a completa relação das edições do Monstro do Pântano publicadas no Brasil – eu só acompanhei a fase pela Ebal em formatinho, mas Guimarães apresenta amplo roteiro da trajetória do personagem nas bancas brasileiras, apontando as lacunas editoriais de que o personagem foi vítima. E mais um super-herói brasileiro dos Quadrinhos é retratado no QI (retratado por Marcos Fabiano Lopes e comentado por Edgard Guimarães): o X-Man de Eugenio Colonnese. Também Worney Almeida de Souza retorna com a coluna ‘Mantendo Contato’, abordando a Editora Nova Leitura que na década de 80 publicou mal e porcamente o clássico Os Sobrinhos do Capitão. Olha só, e não é que o Ed me deu a honra de ter uma de minhas modestíssimas resenhas sobre o QI neste blog, republicada nessa edição do fanzine? Está lá na página 22, comentando o QI n.127. Há também HQs curtas, de uma ou duas páginas – de duas páginas temos o Joe Ventania de Lincoln Nery, de página única temos dois ‘gaviões’: O Gavião de Dennis Oliveira (que tem outra HQ publicada, um sensível retrato de um palhaço de circo), e o outro é o Gavião Lunar, de Chagas Lima. Luís Cláudio Faria Lopes reaparece com três divertidas tirinhas sobre o mundo da política. O Fórum de leitores e as publicações independentes têm menos páginas do que o habitual, mas continuam marcando espaço no QI, que encerra magistralmente com um libelo contra a pena de morte nas palavras do Poeta Vital – é isso aí Poeta, se não fomos nós humanos quem criamos a vida, não temos direito de tirá-la de ninguém, muito menos de um de nossos semelhantes, e sempre há o risco dum erro judiciário, que nesse caso seria irreparável. Ser contra a pena de morte não quer dizer que homicidas não mereçam ficar presos, reclusos, afastados da sociedade, proibidos de circular na ruas e de apreciar as coisas boas da vida, mantendo contato unicamente com carcereiros e colegas de cela. E, de preferência, trabalhando duro, diariamente, até ficar exausto! Isto porque nós que acreditamos que o espírito é imortal, que a vida segue muito além da carne putrefata, sabemos que o criminoso punido com a morte fica potencialmente muito mais perigoso e nocivo quando desprendido da vestimenta carnal! Contato com o Ed Guimarães em edgard@ita.br (JS)