quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A HORA E A VEZ DOS SUPER-HERÓIS DO OESTE PAULISTA!!!

Os Super-Heróis Brasileiros das Histórias-em-Quadrinhos sempre foram motivo de muita polêmica, exaltados por alguns, desprezados por outros. A torcida do contra surgiu ainda na década de 70 do século passado, com os teóricos marxistas dos Quadrinhos argumentando que se tratava de influência estrangeira, que o fato das histórias se passarem em cenários brasileiros não faziam delas HQs nacionais, etc. Até hoje essas idiotices têm enorme influência entre os leitores brasileiros, mesmo que não sejam marxistas. De outro lado, um número cada vez maior de autores brasileiros vem criando seus super-heróis e, consequentemente, acabam formando leitores apreciadores dos super-heróis brasileiros em número muito superior ao de seus detratores. E, na medida em que novos estudos e novas abordagens vão surgindo, os autores marxistas e seus seguidores vão caindo cada vez mais no descrédito e no ridículo. Um exemplo de nova abordagem no estudo dos personagens brasileiros dos Quadrinhos é o blog http://primeirossuperherois.blogspot.com.br/, idealizado e organizado por Rod Gonzalez (colaborador da Júpiter II e autor de vários super-heróis, entre eles o Blenq, publicado por nós). Quem se interessar em conhecer esse blog, vai se surpreender com a grande quantidade de super-heróis brasileiros já criados, desde as primeiras décadas do século passado, ou seja, enganam-se redondamente aqueles que ainda insistem em dizer que os super-heróis não fazem parte da tradição dos Quadrinhos brasileiros. Segundo as pesquisas feitas por Rod Gonzalez, nada mais nada menos do que o primeiro super-herói do mundo foi criação de um brasileiro, o controvertido historiador Gustavo Barroso e seu personagem chamado Oscar, publicado em forma de conto ilustrado na antológica revista O Tico-Tico em 1906! Quem foi que disse que o Brasil não tem tradição de super-heróis de ficção? Certamente nenhum de nós aqui da Júpiter II, uma cooperativa que vem lançando revistas em Quadrinhos de vários estilos, incluindo é claro o estilo super-heróico – não por acaso muitos leitores a consideram hoje a legítima Casa dos Super-Heróis Brasileiros. Mas faltava aparecer algum super-herói – ou por outra, alguns super-heróis – que pudesse(m) representar o centro-oeste do estado de São Paulo, donde faz parte este editor que vos escreve. E, por obra e graça do artista paulista Leandro Gonçalez (nascido em Ourinhos e radicado em Bauru), as cidades de nossa região vêm ganhando seus super-seres. O primeiro deles nasceu em Bauru mesmo, onde atualmente vive o Leandro, e por isso ganhou o título desta revista: O Guardião – que gentilmente estará dividindo as páginas de sua coleção com outros heróis de outras cidades do centro-oeste paulista, estreando neste número o mago Órion, representando a cidade natal do autor, Ourinhos. E não se preocupem, que ainda virão outros super-heróis representando outras cidades da região, tais como o Fera Negra (de Botucatu), Gavião Real (de Santa Cruz do Rio Pardo – este fazendo referência ao pioneiro super-herói brasileiro dos Quadrinhos, o Capitão Gralha de Francisco Iwerten, lançado em 1939) e Minuano (aqui da minha terrinha, Jaú). Todos eles oriundos do talento e da criatividade de Leandro Gonçalez. Ah, e um recado para os detratores dos super-heróis brasileiros, que vivem apontando o dedo e acusando seus autores de plágio: vão se catar, vão estudar! Depois de 120 anos de HQ, de tantos personagens criados, é muito difícil exigir plena originalidade dos artistas. E outra, por que vocês não vão amolar outro? O sr. Stan Lee, por exemplo, um dos maiores plagiários do mundo, mas que vocês vivem bajulando? Ora, vão cuidar dos seus ‘marvels’ e deixem os super-heróis brasileiros por nosso conta! (JS)