terça-feira, 14 de junho de 2011

CONVERSA COM O EDITOR - QUADRINHOS E PATRIOTISMO

De repente me lembro de uma pergunta feita por um colega, por volta de uns cinco anos atrás: “você só publica autores brasileiros, mas não levanta nenhuma bandeira nacionalista, não é?”, pois reparara que os gibis com o selo “smeditora” não traziam frases-chavões como “apoie o Quadrinho Brasileiro”. De fato, naquela ocasião, isso me parecia realmente sem importância. E ainda guardava na memória algumas campanhas nacionalistas que me pareciam muito antipáticas, vistas na ocasião, como por exemplo as que apareciam em algumas das revistas da Grafipar. Entretanto, nos tempos que correm, e desde há alguns poucos anos, venho refazendo inúmeros conceitos em minha vida, acabando por mudar e até mesmo encerrar algumas atitudes e alguns vícios que carregava comigo, e que eu pensava serem invencíveis! Não eram! Já escrevi em tantas outras crônicas postadas aqui, que a História do selo Júpiter II é a História de vários parceiros, mas a linha editorial, esta que é confiada a mim, é a História de minha vida, as mudanças em minha vida, trânsito de boas energias sendo transferidas para as nossas humildes publicações. Reparem o momento de minha vida em que nasce e cresce a produção editorial de nossa cooperativa: eu deixava o estilo de vida materialista-ateísta-hedonista-egoísta no qual havia insensatamente chafurdado, durante anos, e retomava os valores de minha criação religiosa cristã. De modo que esta mudança, esta escolha por um novo estilo de vida, cada vez mais distante das agruras do mundo materialista sem alma, prossegue firme, no dia-a-dia cheio de fé e esperança no meu progresso pessoal (moral e espirutal, principalmente) e também no de meus parceiros, de modo que possamos realizar um bom trabalho neste nosso momento terrestre, usando nossos talentos em prol do bem-estar de nossos irmãos de jornada. Cada vez mais longe das obscuridades da concupiscência, vou renovando meu coração no Caminho da Eternindade, respirando alegria e desejando que este mesmo sentimento esteja presente nos corações de nossos amigos, parceiros, leitores, irmãos. Eu, que há pouco tempo atrás era capaz de escrever e publicar coisas violentíssimas, que exaltavam péssimos defeitos dos seres humanos, histórias que poderiam realmente levar a morte, agora reformulo totalmente meus conceitos, meus valores diante das coisas da vida. Eis a decisão que tomei, no campo de trabalho ao qual fui designado, das publicações editoriais: nunca mais exaltar a melancolia, o niilismo, a perversão! Jamais repassar aos leitores sentimentos tão ruins! E os gibis de nossa cooperativa, a despeito de serem feitos por variada gama de autores e estilos, cada um dos gibis lançados carrega um pouco de mim, de minhas virtudes e meus defeitos.



Se retornando aos braços do Cristo consegui aprender a gostar das pessoas, a gostar mais de meus familiares, de meus amigos, de meus vizinhos, de meus parceiros, das pessoas de minha cidade, a consequencia prática é fazer renascer em nós o sentimento patriótico. Muitos relacionam o patriotismo exclusivamente a fatos históricos violentos e sangrentos; outros, equiparam patriotismo à cultura histórica e artística de um país. De minha parte, o patriotismo – sentimento do qual antes eu desprezava, ofendia e debochava – renasceu firme em meu espírito com a perseverança na religião cristã. Pois foi ao retomar o cristianismo que eu voltei a gostar mais das pessoas. E, antes de nos tornarmos patriotas, temos que aprender a gostar das pessoas, dos nossos vizinhos. Eu aprendi assim: só me tornei patriota depois que passei a respeitar e a gostar mais das pessoas. E muito me ajudou a seguir este caminho a homilia proferida pelo Padre Celso Maximino José, de paróquia de Barra Bonita/SP, nossa vizinha aqui de Jaú. Era um dia 7 de Setembro e o bom Padre, com muita inteligência, a partir do preceito evangélico que nega a seus seguidores o direito de julgar e condenar alguém, exortava os fiéis a passarem a dar mais importância às virtudes do que aos defeitos das pessoas. De modo que, numa rápida e apaixonada análise do povo brasileiro, como é fácil perceber que temos muito mais virtudes do que defeitos! Eu, que já viajei em vários locais em nosso Brasil, sou testemunha disso! Mesmo quando eu chegava em alguma localidade com os sentimentos totalmente dominados pelo negativismo, havia um sorriso a me receber! Padre Celso terminou aquela inesquecível celebração do dia 7 de Setembro pedindo a Deus Pai que abençoasse todo o povo brasileiro! Amém, Senhor! Finalmente eu entendo, eu creio!



Religiosidade cristã me faz lembrar da devoção ao Divino Pai Eterno. Defronte ao Santuário Basílica consagrado a Ele, localizado na cidade de Trindade/GO, uma enorme bandeira brasileira pode ser vista tremulando em alto mastro. O reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, Padre Robson de Oliveira é realmente um patriota, alguém que sinceramente deseja o Bem de todos os brasileiros (quem conhece a obra social que ele comanda, sabe do que estou falando), por isso repete constantemente na novena televisiva a importância da evangelização cristã, para o Bem do nosso país, para que o Brasil seja realmente mais feliz. E guardo e carrego firme comigo o ensinamento que aprendi, em forma de oração, que Padre Robson constantemente nos lembra quando rezamos a novena a favor de nossos trabalhos: “Ó Divino Pai Eterno, abençoai os empresários e os empreendedores, que possam progredir e dar chance a um grande número de pessoas em nosso país, para que possam ser melhores”! Ainda não me tornei um empresário, pois ainda não conseguimos criar uma editora de fato e de direito. Um empreendedor, vá lá! De qualquer forma, continuamos uma cooperativa. Mas, acreditem ou não, minha meta de trabalho é continuar tentando criar e fortalecer uma indústria de Quadrinhos feita por artistas brasileiros! Quero progredir e dar chance para que todos possamos progredir juntos! Um brasileiro que possa dar chances a tantos outros brasileiros! Isso é importante, claro que é! Só assim vale a pena ser patriota, amando mais e sendo mais útil a nossos irmãos, especialmente aqueles mais próximos de nós (e a quem temos mais chances de ajudar), nossos compatriotas.