quinta-feira, 23 de junho de 2011

SEGUNDO DIA DO GIBI GRÁTIS DE JAÚ/SP

amigos, amigas, quem já leu a crônica abaixo se lembra que eu disse ter esquecido de carregar a bateria da máquina fotográfica, por isso não daria para mostrar fotos do evento, o Segundo Dia do Gibi Grátis de Jaú. Acontece que a coordenadora do Escola da Família, sra. Beatriz, mui atentamente e mais gentil ainda, não só registrou fotos do evento mas como gentilmente mas enviou pelos correios. Confiram:


da esquerda para a direita: as amigas Aparecida e Márcia, eu e a coordenadora sra. Beatriz.


uma tarde diferente para os jovens daquele bairro!



esse meninão aí escolheu bem, vai ficar conhecendo três ícones entre os personagens brasileiros dos Quadrinhos!



a intenção principal foi atingida: melhor divulgação dos nossos gibis, dos nossos personagens!

terça-feira, 21 de junho de 2011

REFLEXÕES SOBRE O SEGUNDO DIA DO GIBI GRÁTIS DE JAÚ

Amigos, amigas, dia 5 de junho próximo passado, a cooperativa de Quadrinhos Júpiter II, em parceria com a coordenação do projeto Escola da Família da Escola Estadual Terézio Mendes Peixoto (nome do meu saudoso professor de biologia!), aqui na cidade de Jaú, organizaram o Segundo Dia do Gibi Grátis de Jaú. Eu sei que vocês adorariam ver fotos, eu cheguei a levar a máquina fotográfica mas havia me esquecido de carregar a bateria, e não levei os fios necessários para isso. Portanto, vai ficar só neste relato, e na memória dos que participaram.


Um primeiro Dia do Gibi Grátis já havia sido realizado aqui em Jaú (e que vocês podem conferir, com fotos e tudo: http://jupiter2hq.blogspot.com/2010/12/um-sucesso-o-dia-do-gratis-de-jau.html). Este segundo evento foi diferente do primeiro, este realizado em praça pública no centro da cidade, numa manhã de sábado, de movimentado comércio. Público muito diversificado conheceu os gibis da Júpiter II. Desta feita, o evento se deu numa escola específica, e todos os presentes eram alunos daquela escola ou vizinhos. De qualquer forma, dezenas de jovens estiveram por lá e foram distribuídos mais de 1200 gibis da cooperativa Júpiter II, entre diversos títulos.


Com a ajuda das amigas Márcia Sanches e Aparecida Paula Maria, montamos um stand improvisando duas mesas, onde ficaram expostos os diversos gibis, mas plastificados e grudados, com fita adesiva, na superfície da mesa, de modo que a pessoa não tinha acesso as páginas internas. Seriam as capas então que seduziriam ou não o interessado. Confesso que pensei nisso deliberadamente, para ter idéia de quais capas pudessem ser as mais atraentes para aquele público totalmente afastado das Histórias-em-Quadrinhos (exceto por um ou outro leitor da Turma da Mônica). Limitamos a distribuição de cinco gibis para cada pessoa, sem direito a repetição ou de escolher dois exemplares do mesmo gibi. Primeiramente, o que desperta a atenção é mesmo o gênero, o assunto de que trata publicação. Creio que o estilo mais popular, ou seja, o preferido das pessoas, seja o tema infanto-juvenil. Por isso esgotaram-se rapidamente de cada um os cinquenta exemplares de Krahomin, Turma do Gabi e Benjamin Peppe que levei. Igualmente o Blenq n.3, com temática infanto-juvenil, teve todos seus exemplares distribuídos no evento. Também a temática religiosa cristã atrai a atenção do público. Da mesma forma que os títulos infanto-juvenis, os números de Histórias Sagradas que levei se esgotaram. Igualmente os heróis capoeiristas atraíram a atenção dos jovens: exemplares de Capoeira Negro, Corcel Negro e Meia-Lua foram muitíssimo pedidos. Do Raio Negro, os números mais pedidos foram o 7 (capa de Elmano Silva) e o n. 11 (capa de Renato Rei). Arrisco a dizer porquê: ambas as capas mostram dinossauros, mais precisamente o Tiranossauro Rex, e isso desperta a curiosidade nos mais jovenzinhos. Monstros realmente chamam a atenção, por isso minha surpresa com a boa pedida de exemplaes de Capitão MacNamara Contra A Invasão Extra-Terrestre, Blenq n.2 (com um lobisomem ilustrado por Rodolfo Zalla na capa) e Tiras vs. Monstros. O Garra Cinzenta também chamou a atenção, de modo que o gibi onde aparece em destaque, Raio Negro & Velta n.2, esgotou-se por lá! E a moçadinha parece mesmo fascinada por super-heróis! Não só escolhiam Raio Negro, mas levaram muitos Meteoro Comics, e não deixaram sequer um exemplar do Reação! Vulto e Tormenta também participaram da festa: do vigilante mineiro a preferida foi Guerra Declarada, e o número do Tormenta mais procurado foi o número 4, com capa de Dennis Oliveira.


Havia um risco neste evento. Nós bem o sabíamos. Quase todas aquelas pessoas, aqueles jovens e jovenzinhos, nunca tiveram acesso a gibis de Histórias-em-Quadrinhos. Significava muito para eles, e isso poderia até provocar brigas. Mas felizmente não faltou gibi pra ninguém, mas vimos somente duas discussões entre alguns peraltinhas mais exaltados e dois gibis acabaram sendo danificados. Isso é irrisório diante de 1200 gibis distribuídos. E as cenas que vimos na saída comprovaram nosso otimismo: muitas pessoas segurando cuidadosamente seus pacotinhos de gibis, e até mesmo grupos de jovens, naquele bairro dominado pela ociosidade cultural, folheando as páginas dos gibis e comentando a respeito deles com seus amigos e colegas. E não vimos nenhum, nem um único gibi jogado no chão! Alguns certamente vão vender aqueles gibis para outro interessado, ou para o sebo da cidade – onde já apareceram gibis da Júpiter II. Até mesmo em sebos da capital paulista já encontrei gibis da Júpiter II! Significa que os gibis estão e estarão por aí, circulando! Muito melhor do que ter os gibis estocados em nossos armários!


Valeu a pena a canseira toda! Agradeci a Deus pois tive força e saúde para esse trabalho, parte de um projeto, que é criar um novo público leitor de Quadrinhos no Brasil, e o mais importante, gibis feitos por artistas brasileiros. E, como venho dizendo insistentemente, só vamos conseguir isso divulgando nossos gibis o quanto pudermos. Os colegas bem sabem o que foi feito de descaso nos últimos anos em relação aos personagens brasileiros dos Quadrinhos e seus criadores e artistas. É hora de reverter esta situação e, neste caso, só nos resta fazer o que diz a famosa canção, “ir aonde o povo está”. É hora do investimento. Nunca é demais lembrar do exemplo do que fez o poderoso sindicato do King Features para tornar seus personagens conhecidos no Brasil: permitiu que, durante um ano, as tiras daqueles memoráveis personagens dos Quadrinhos, que eram impressos a peso de ouro em diversos jornais dos EUA, que pudessem circular nos jornais brasileiros gratuitamente, sem qualquer ônus aos editores! Se o milionário King Features agiu assim, que chance temos nós, se não fizermos algo parecido, de acordo com nossas possibilidades? E um dos editores brasileiros que se beneficiou com a promoção do King Features foi Adolfo Aizen, ele que, mesmo no auge financeiro da sua Ebal, nunca deixou de mandar revistas de graça pelos correios, nem de presentear os jovens visitantes que fossem conhecer as intalações da editora carioca.


É hora de investimento, de tentar deixar nossos personagens e nossos gibis mais conhecidos pelo público! Pelo nosso público! Não se enganem nem por um minuto: mesmo quando apresentam temas importados, nossos gibis são brasileiríssimos e têm tudo para agradar em cheio ao nosso povo. As experiências que já fiz mostram que os leitores que tem contato com nossos gibis gostam muitíssimo deles, as cartas que recebemos também dá mostra disso. Sob este prisma penso que o Dia do Gibi Grátis tenha sido necessário e de grande êxito! Ainda falta comentar sobre algumas idéias para um grande impulso na divulgação dos nossos gibis, por hoje já falei demais então fica para a próxima. (JS)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

HERÓI DO VELHO OESTE É ATRAÇÃO DO TERCEIRO NÚMERO DE O BOM & VELHO FAROESTE

Flecha Ligeira (Straight Arrow), personagem dos comics criado pelo estadunidense Fred Meagher para a Magazine Enterprises, foi lançado em seu país de origem em 1950. O personagem, vivendo aventuras no velho oeste, chama-se Steve Adams, mestiço de mulher branca e homem comanche, que para combater os foras-da-lei das pradarias vestia-se como um índio nativo e, galopando com o fiel cavalo Fúria, não dava moleza pra bandidagem! No Brasil quem republicou as histórias de Flecha Ligeira foi a Rio Gráfica e Editora (RGE) de Roberto Marinho, e tudo indica que o sucesso do personagem foi maior ainda entre os leitores brasileiros do que entre nossos irmãos do norte. Isso porque, findo e cancelado o material original, artistas brasileiros como José Menezes, Walmir Amaral, José Evaldo, Lutz (Luís Fernando Guimarães) e Juarez Odilon se encarregaram de produzir as capas e as histórias para o gibi do Flecha Ligeira – e a produção do Flecha Brazuca durou cerca de 10 anos! Pois bem, no ano de 1968, José Menezes havia acabado de concluir mais uma HQ com o personagem de Meagher, quando foi avisado pela direação da RGE sobre o cancelamento da revista. Eis que, anos depois, José Menezes mui gentilmente permitiu a publicação desta HQ ainda inédita do Flecha Ligeira, através do nosso selo Júpiter II – e isso acaba de acontecer, temos a honra e a alegria de apresentar esse pequeno tesouro da HQ, no terceiro número da revista O Bom & Velho Faroeste, com 24 páginas preto&branco já a disposição dos leitores. E nosso bom Menezes ainda produziu a arte da capa, especialmente para esta edição (colorizada por Dennis Oliveira), e escreveu texto sobre a trajetória do personagem. Imperdível, hein? KANIIVAA, Fúria! smeditora@yahoo.com.br

QUEM É CHICO SPENCER?

É um detetive, por isso tem que ser um cara durão. Mas, antes de ser um cara durão, Chico Spencer gosta de ser um cara justo e honesto. E, antes de ser durão, justo e honesto, Chico Spencer é uma pessoa como qualquer um de nós, capaz de sorrir ou se irritar, ficar feliz ou triste, emocionado ou ranzinza. Ele cobra recompensa pecuniária por seu trabalho, mas não pensem que não seja capaz de fazer caridade quando necessário. É um altruísta neste mundo interesseiro e materialista. Não por acaso seu melhor amigo não é deste mundo. O amigo de Spencer é um ser de outra dimensão, elegante, de voz encantadora. Só Chicão pode enxergar e conversar com seu parceiro, e este não se fará de rogado para ajudar o detetive sempre que possível. E por último, mas não finalmente: Chico Spencer é uma oportunidade para que eu possa trabalhar mais uma vez com meu parceiro de longa data Emmanuel Thomaz, este irresistível talento paraense da HQs. Como um personagem que está nascendo, vamos ver que rumos & caminhos nosso Chicão irá tomar, daqui pra frente. Se os leitores gostarem, já terá valido a pena. (JS)

DE VOLTA O POLÊMICO THE NEGÃO

De volta o controverso personagem dos Quadrinhos criado por Eduardo Kovalewski, numa revista formatinho com capa colorida e 24 páginas em preto & branco mostrando o indizível The Negão, na HQ Presepadas No Velho Oeste (escrita e ilustrada por Edu, co-escrita por Miguel Rude e artefinalizada em algumas páginas por Lula Borges). Na verdade, como nos explica o autor no editorial, esta história foi a primeira e ser feita com o personagem, mas só agora publicada, depois das histórias feitas posteriormente mas que já saíram em fanzines e edições especiais, desde 1998. De qualquer forma, estão aqui todos o ingredientes que tornaram este personagem querido entre os leitores udi-grúdi e além, ou seja, a irreverência debochada e implacável, tão politicamente incorreto que levou o autor/editor a se explicar no editorial e no posfácio (e prudência assim nunca é demais, pois de fato é sempre imprevisível a reação dos neostalinistas que nos circundam, ociosos). Mas sou obrigado a discordar de dois assuntos que o nosso bom Kova expressou no editorial: primeiramente, ele acredita mesmo que o governo Lula “pagou a nossa dívida externa”! E termina: “infelizmente ainda somos hipócritas o suficiente para não tolerar palavrões numa história em quadrinho”. Mas meu caro Eduardo, será mesmo que somos todos hipócritas (você, inclusive?) por causa disso, por não gostarmos de palavrão? Rapaz, creio que se você relesse alguns exemplares de Chiclete com Banana e Animal, encontraria uma variadíssima antologia de palavrões – e, como o amigo bem sabe, as publicações atuais (e desde aquela época), quase todas na linha editorial daquelas infelizes publicações, renovaram e renovam grandiosamente o vocabulário chulo. Enfim, se fôssemos juntar todos os gibis que contenham palavrão, e os atirássemos à rua, provavelmente nossas cidades ficariam soterradas de papel! Deve ser por isso Edu, que as pessoas começam a ficar incomodadas com os palavrões. Banalizou-se até o palavrão. Já não incomoda pelo escândalo, mas pela repetição insisitente, pela saturação, pelo cansaço, pelo tédio! Qualquer rap infanto- juvenil tem palavrões. Aquela Preta Gil vive gritando nos palcos e nos discos, "vem arregaçar minha b..."!Eu mesmo que já escrevi textos, crônicas e HQs horrorosas, com vários palavrões, deixei de fazer isso! Por livre e expontânea vontade, e não por hipocrisia! Foi o caminho que escolhi. Bem, eu falando desse jeito faz parecer que The Negão não é bom, mas é sim, o personagem é muito divertido e o traço do autor é o mais apropriado possível. Podem pedir e conhecer, pois o bom humor do autor por si só é engraçado o suficiente, e nem precisaria de palavrões para agradar! polocarioca@hotmail.com

FANZINE ESPECIAL DO HOMEM-CAMALEÃO

O maranhense Riccelle Sullivan (mais conhecido como Suád) lança fanzine especial com seu personagem Homem-Camaleão – mas, desta feita, o vigilante mascarado vai viver aventura muito diferente do que viveu nos oito primeiros números do fanzine próprio, enfrentando vilões e super-vilões em cenário urbano: desta feita, o Homem-Camaleão é teletransportado para o futuro onde ajudará um grupo de jovens super-poderosos, grupo conhecido como Next (criação do jovem Yagami Gijo). O fanzine tem 32 páginas, capa dupla colorida e uma HQ dividida em duas partes, tudo brilhantemente ilustrado por Suád e o roteiro por Gijo, em boa medida mostrando aventura e bom humor. Os caras são muito talentosos, e merecem todo nosso apoio. E vou lhes confessar, melhor ainda do que a HQ, foi o editorial (escrito por Suád), e um texto de auto-apresentação de Gijo, que é muito engraçado. Conheçam o blog www.homemcamaleao.blogspot.com

BENJAMIN PEPPE em "O Empate"



terça-feira, 14 de junho de 2011

CONVERSA COM O EDITOR - QUADRINHOS E PATRIOTISMO

De repente me lembro de uma pergunta feita por um colega, por volta de uns cinco anos atrás: “você só publica autores brasileiros, mas não levanta nenhuma bandeira nacionalista, não é?”, pois reparara que os gibis com o selo “smeditora” não traziam frases-chavões como “apoie o Quadrinho Brasileiro”. De fato, naquela ocasião, isso me parecia realmente sem importância. E ainda guardava na memória algumas campanhas nacionalistas que me pareciam muito antipáticas, vistas na ocasião, como por exemplo as que apareciam em algumas das revistas da Grafipar. Entretanto, nos tempos que correm, e desde há alguns poucos anos, venho refazendo inúmeros conceitos em minha vida, acabando por mudar e até mesmo encerrar algumas atitudes e alguns vícios que carregava comigo, e que eu pensava serem invencíveis! Não eram! Já escrevi em tantas outras crônicas postadas aqui, que a História do selo Júpiter II é a História de vários parceiros, mas a linha editorial, esta que é confiada a mim, é a História de minha vida, as mudanças em minha vida, trânsito de boas energias sendo transferidas para as nossas humildes publicações. Reparem o momento de minha vida em que nasce e cresce a produção editorial de nossa cooperativa: eu deixava o estilo de vida materialista-ateísta-hedonista-egoísta no qual havia insensatamente chafurdado, durante anos, e retomava os valores de minha criação religiosa cristã. De modo que esta mudança, esta escolha por um novo estilo de vida, cada vez mais distante das agruras do mundo materialista sem alma, prossegue firme, no dia-a-dia cheio de fé e esperança no meu progresso pessoal (moral e espirutal, principalmente) e também no de meus parceiros, de modo que possamos realizar um bom trabalho neste nosso momento terrestre, usando nossos talentos em prol do bem-estar de nossos irmãos de jornada. Cada vez mais longe das obscuridades da concupiscência, vou renovando meu coração no Caminho da Eternindade, respirando alegria e desejando que este mesmo sentimento esteja presente nos corações de nossos amigos, parceiros, leitores, irmãos. Eu, que há pouco tempo atrás era capaz de escrever e publicar coisas violentíssimas, que exaltavam péssimos defeitos dos seres humanos, histórias que poderiam realmente levar a morte, agora reformulo totalmente meus conceitos, meus valores diante das coisas da vida. Eis a decisão que tomei, no campo de trabalho ao qual fui designado, das publicações editoriais: nunca mais exaltar a melancolia, o niilismo, a perversão! Jamais repassar aos leitores sentimentos tão ruins! E os gibis de nossa cooperativa, a despeito de serem feitos por variada gama de autores e estilos, cada um dos gibis lançados carrega um pouco de mim, de minhas virtudes e meus defeitos.



Se retornando aos braços do Cristo consegui aprender a gostar das pessoas, a gostar mais de meus familiares, de meus amigos, de meus vizinhos, de meus parceiros, das pessoas de minha cidade, a consequencia prática é fazer renascer em nós o sentimento patriótico. Muitos relacionam o patriotismo exclusivamente a fatos históricos violentos e sangrentos; outros, equiparam patriotismo à cultura histórica e artística de um país. De minha parte, o patriotismo – sentimento do qual antes eu desprezava, ofendia e debochava – renasceu firme em meu espírito com a perseverança na religião cristã. Pois foi ao retomar o cristianismo que eu voltei a gostar mais das pessoas. E, antes de nos tornarmos patriotas, temos que aprender a gostar das pessoas, dos nossos vizinhos. Eu aprendi assim: só me tornei patriota depois que passei a respeitar e a gostar mais das pessoas. E muito me ajudou a seguir este caminho a homilia proferida pelo Padre Celso Maximino José, de paróquia de Barra Bonita/SP, nossa vizinha aqui de Jaú. Era um dia 7 de Setembro e o bom Padre, com muita inteligência, a partir do preceito evangélico que nega a seus seguidores o direito de julgar e condenar alguém, exortava os fiéis a passarem a dar mais importância às virtudes do que aos defeitos das pessoas. De modo que, numa rápida e apaixonada análise do povo brasileiro, como é fácil perceber que temos muito mais virtudes do que defeitos! Eu, que já viajei em vários locais em nosso Brasil, sou testemunha disso! Mesmo quando eu chegava em alguma localidade com os sentimentos totalmente dominados pelo negativismo, havia um sorriso a me receber! Padre Celso terminou aquela inesquecível celebração do dia 7 de Setembro pedindo a Deus Pai que abençoasse todo o povo brasileiro! Amém, Senhor! Finalmente eu entendo, eu creio!



Religiosidade cristã me faz lembrar da devoção ao Divino Pai Eterno. Defronte ao Santuário Basílica consagrado a Ele, localizado na cidade de Trindade/GO, uma enorme bandeira brasileira pode ser vista tremulando em alto mastro. O reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, Padre Robson de Oliveira é realmente um patriota, alguém que sinceramente deseja o Bem de todos os brasileiros (quem conhece a obra social que ele comanda, sabe do que estou falando), por isso repete constantemente na novena televisiva a importância da evangelização cristã, para o Bem do nosso país, para que o Brasil seja realmente mais feliz. E guardo e carrego firme comigo o ensinamento que aprendi, em forma de oração, que Padre Robson constantemente nos lembra quando rezamos a novena a favor de nossos trabalhos: “Ó Divino Pai Eterno, abençoai os empresários e os empreendedores, que possam progredir e dar chance a um grande número de pessoas em nosso país, para que possam ser melhores”! Ainda não me tornei um empresário, pois ainda não conseguimos criar uma editora de fato e de direito. Um empreendedor, vá lá! De qualquer forma, continuamos uma cooperativa. Mas, acreditem ou não, minha meta de trabalho é continuar tentando criar e fortalecer uma indústria de Quadrinhos feita por artistas brasileiros! Quero progredir e dar chance para que todos possamos progredir juntos! Um brasileiro que possa dar chances a tantos outros brasileiros! Isso é importante, claro que é! Só assim vale a pena ser patriota, amando mais e sendo mais útil a nossos irmãos, especialmente aqueles mais próximos de nós (e a quem temos mais chances de ajudar), nossos compatriotas.

sábado, 4 de junho de 2011

CELTON SE SUPERA A CADA NÚMERO!

Lacarmélio Alfêo de Araújo, mais conhecido como Celton, nosso grande artista dos Quadrinhos, conhecido por vender seus gibis nos engarrafamentos da cidade de Belo Horizonte (e hoje em dia, também na capital paulista) – gibis que ele mesmo escreve, desenha, edita e vende – lança a 26ª. edição de Celton – originalmente o nome de seu personagem principal, um mecânico gente boa com superforça, mas já há algum tempo dedicada a projetos diversos, que vão de textos paradidáticos até HQs religiosas (de tal modo que o próprio Lacarmélio passou a ser conhecido, e assumiu o apelido de Celton). Neste número (32 páginas p&b no formatinho), Celton se aproveita dos bastidores do futebol para contar mais uma engraçadíssima história chamada “Maria Chuteira E O Jogador De Futebol”, onde o autor expõe, de forma como sempre muitíssimo bem humorada, as várias facetas dos relacionamentos sexuais. O que chama a atenção é um tom razoavelmente mais ácido do que o habitual, que pode surpreender aqueles que já conhecem o trabalho de Lacarmélio. E mais interessante ainda é um artigo de três páginas assinado pelo autor relatando suas peripécias na capital e no litoral paulistas, que desvendou de motocicleta, vendendo gibis. Neste artigo, uma reflexão em especial me chamou a atenção: “desenhar muito ou escrever bem não são suficientes para o sucesso de uma publicação em Quadrinhos. O que conta é a manha, o ‘feeling’ do texto simples, divertido e popular, ainda que o tema seja sério”. E se eu fosse vocês, colegas, eu prestaria muita atenção no que diz nosso bom Lacarmélio. Afinal de contas, o homem consegue, sozinho, escoar tiragens de 20 mil exemplares! Leram com atenção, rapazes e moças? 20 mil! Mais do que todas ou quase todas as porcariadas da Marvel/DC, mais até do que as caríssimas edições especiais do Tex! (talvez hoje em dia mais até mesmo do que as edições mensais, cada vez mais caras, com preço abusivo – sem falar no extorcionismo das edições coloridas, a 30 reais! Não compro de jeito nenhum!). Não é um fenômeno, que deveria ser reverenciado por todos nós que tentamos trabalhar com Quadrinhos? Deve ser por isso que Celton nunca recebeu nenhum hq mix, o “oscar” dos Quadrinhos Brasileiros, hahaha! Brasileiros vírgula, como pode ser chamado de incentivo ao Quadrinho brasileiro, uma premiação que já laureou incontáveis vezes autores estrangeiros como alan múúúú, frank milho e nil gosma, e nunca deu sequer menção ao Celton? Mas também não é pra menos, né gente? Imagine se o Lacarmélio aparece por lá numa dessas premiações, o tamanho do constrangimento daqueles republicadores de gibis vestidos com camisetinhas do bátima e do ómiarnha, de bermuda e chinelo (apesar de ganharem um bom dinheiro, e de terem condições de vestir-se muito mais elegantemente), que republicam aqueles gibis caríssimos, com personagens conhecidos, com distribuição nacional, com todo apoio dos segundos cadernos de jornais, dos sites especializados e dos filmecos de hollywood? Os caras iriam se contorcer de inveja, pensando: “caramba, como é que um caipira desses consegue vender tantos mais gibis do que a gente?”. Ora, que se danem esses pedantes! Procurem conhecer a obra de Lacarmélio, não vou nem passar email ou endereço de contato pois ele não vende pelos correios, mas só nas ruas mesmo. Eu por exemplo sempre posso contar com ajuda do meu amigo Paulo Joubert, morador da grande BH, que nunca me deixa ficar sem um número do Celton. (JS)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

TIRAS vs MOSNTROS É O NOVO LANÇAMENTO JÚPITER II

Conheci o traço do potiguar Antoniêto Pereira ainda nos tempos dos fanzines, mais especificamente nos fanzines do Corcel Negro, personagem criado pelo conterrâneo Alcivan Gameleira. Tendo o Corcel Negro passado a ser publicado com o selo Júpiter II, o traço de Antoniêto também pôde ser visto naqueles gibis do Corcel Negro (nos números 3 e 4), junto a tantos outros talentos da HQB. E foi só então que comecei a ter algum contato com ele, primeiramente por carta, depois e-mails e por fim no orkut. E foi por aí que dele recebi uma mensagem muito curiosa: o colega perguntava se eu não tinha algum roteiro de História-em-Quadrinho sobrando, por que gostaria de praticar um novo estilo que vinha desenvolvendo. A mensagem me deixou ao mesmo tempo contente e preocupado. Contente porque, mesmo tendo tido pouquíssimo contato com Antoniêto, já pude perceber quão valoroso é esse rapaz, como tantos brasileiros talentosos espalhados em todo nosso vasto território: é fã e artista diletante das Histórias-em-Quadrinhos, ou seja, tem o seu emprego de subsistência, e assume a produção de trabalhos artísticos durante seus momentos fora do serviço. E assume este compromisso de forma decidida e responsável, sem esperar qualquer recompensa financeira. Enfim, se fico contente em saber disso, saber que Deus colocou outro grande parceiro em meu caminho, da mesma forma aquela mensagem me deixou preocupado... é que Antoniêto me perguntava se eu tinha algum roteiro sobrando... e só o que me sobrava, naquele momento, era a preguiça! E eis aí outra coisa boa que aquela mensagem no orkut me fez: acabou por me tirar da letargia! Pois, se estou sempre pedindo ajuda para os desenhistas ilustrarem as coisas que escrevo, não posso deixar de atender um ilustrador que me solicite, né? Por isso pus os neurônios pra funcionar, pensando nalguma coisa para mandar ao novo parceiro. E imaginei algo que pudesse misturar alguns diferentes gêneros (tal como fiz em Capitão MacNamara Contra A Invasão Extraterrestre), sem me esquecer do essencial: ação e aventura, para que as histórias pudessem ser divertidas. Então pensei “que tal uma dupla de policiais enfrentando monstros famosos do cinema, da ficção-científica, da literatura, etc?”. Em poucos dias escrevi as duas primeiras histórias e as enviei ao Antoniêto. A primeira réplica que recebi dele foi “estou gostando de desenhar essas histórias”. E agora vocês têm em mãos o primeiro número de Tiras vs. Monstros, que é exatamente o que diz o título: dois tiras lutando contra monstros. Se eu me diverti escrendo, se o ilustrador também gostou de desenhar os roteiros, é certo ou quase certo que os leitores vão se divertir igualmente! Pelo menos, assim esperamos. (JS)

NOVA EDIÇÃO DO VULTO PELA JÚPITER II

A nova revista do Vulto, personagem criado pelo mineiro Wellington Santos (a quarta edição lançada com o selo Júpiter II), tem capa de Raimundo Gomes & Well, com 28 páginas em p&b apresentando duas HQs: “Enchentes” (escrita e ilustrada pelo autor) mostra o Vulto em uma situação muito diferente da qual os fãs estão acostumados a ver: desta feita, ao invés de combater diretamente a bandidagem, o vigilante mascarado de Belo Horizonte une forças com os bombeiros na luta contra as terríveis consequencias das enchentes, esse flagelo que tanto assola as grandes, e mal planejadas cidades de nosso país (e bem sabemos que atualmente nem só as cidades grandes vêm sofrendo com essas tragédias). Na segunda história do gibi tive a honra e a alegria de poder escrever o roteiro (a pedido do próprio Well), e ainda contar com a inestimável colaboração do talentosíssimo artista maranhense Zilson ‘Zeck’ Costa (o irreverente autor do Homem-Caveira) para podermos contar qual é “A Grande Recompensa” do Vulto no combate ao crime. A revista ainda apresenta ilustrações de Raimundo Gomes & Raul Guilherme, e ainda de Caio Majado. Os caras mandando bem pra caramba! (JS) Pedidos para smeditora@yahoo.com.br

BENJAMIN PEPPE - O BOM NOS ESPORTES