terça-feira, 8 de novembro de 2011

CALAFRIO n.54, AINDA MELHOR DO QUE A EDIÇÃO ANTERIOR!

E antes mesmo do que pensávamos (ainda bem!) saiu a 54ª. edição do redivivo Calafrio, editado por Wagner Augusto e mestre Rodolfo Zalla. Seguindo os padrões do número anterior, no tamanhão europeu (28 cm x 21 cm) capa colorida em papel couchê com 50 páginas em p&b e tons de cinza, apresentando e re-apresentando algumas memoráveis HQs do estilo terror & suspense. A primeira é logo aquela destacada na capa, “A Bruxa Afogada”, ilustrada por Rodolfo Zalla a partir de conto de Jorge Sinelli: motim e assombração em alto-mar! Segue com “Noite de Hallwoeen”, também escrita por Sinelli, ilustrada por Rubens Cordeiro, mesclando surpresas e até mesmo humor – negro, é claro. “O Fantasma do Músico”, por Pedro de Queiroz (texto) e José Pimentel Filho (desenhos) mostra o tema da vingança do além numa narrativa próxima àquela dos comics da década de 50 – talvez não por acaso a ação da história se passe nos EUA. Uma história republicada dos gibis da GEP (Gráfica e Editora Penteado) é o grande destaque desta edição: “Bisavô Patrick”, produzida por ninguém menos do que Eugênio Colonnese e Rodolfo Zalla, italiano e argentino que adotoram o Brasil no coração, apresentam uma ótima narrativa de guerra & terror – antes mesmo que a DC-National Comics lançasse seu Weird War Tales (no Brasil publicado pela Ebal como Terror Em Combate). Como qualquer edição de terror que se preze não pode faltar algo de Edgar Allan Poe, temos aqui uma adaptação feita pelas talentosas mãos do mestre Zalla: “O Homem Na Mulitidão”. E restam ainda mais duas histórias curtas para completar a revista: “Homo-Lupus”, de Sidney Silva e Rubens Cordeiro (publicada com páginas trocadas no número anterior, retorna certinha aqui) e “A Sereira Da Morte”, escrita por Osvaldo Talo e ilustrada pelo saudoso Colonnese. E ainda o indefectível artigo de Luiz Antônio Sampaio, o notável historiador dos comics, falando sobre a aventura do Tarzan nos Quadrinhos. Ao contrário do que acontecia durante a década de 80 e início de 90 do século passado, quando saía em todas as bancas e com isso tornou-se muito popular, o que possibilitou uma vida longeva ao título (e também a Mestres do Terror), a nova versão da Calafrio tem tiragem de 300 exemplares e preço mais salgado. Mas isso apenas reflete o final, digo, sinal dos tempos para as Histórias-em-Quadrinhos, ou o que sobrou dela depois da avalanche imoral de Alan múúúú, Nil Gosma, Frank Milho e uma incrível plêiade de idiotas destruidores de comics, cujas temáticas execráveis de suas obras arruinaram com a popularidade dos gibis, transformando-os em objeto de pedantismo e arrogância de grupelhos “iluminados”. Bem, mas esqueçamos esses tontos e foquemo-nos na Calafrio, e a promessa de que mestre Zalla voltará a ilustrar uma HQ do Drácula no próximo número. Nós, fiéis e privilegiados fãs, aguardamos ansiosos. cluq@terra.com.br

CLÃ RIBEIRO LANÇA 2a. EDIÇÃO DA HISTÓRIA DA PARAÍBA EM QUADRINHOS

Se há alguns meses atrás já ficamos empolgados com o lançamento do álbum comemorativo dos 35 anos de Itabira, personagem de História-em-Quadrinho criado pelo professor Emilson Ponce Leon Ribeiro (roteiro) e seu filho Emir Ribeiro (desenho), agora a alegria é redobrado com a chegada da 2ª. edição da História da Paraíba em Quadrinhos, sendo que a primeira edição foi lançada originalmente em meados da década de 80 do século XX, pela mesma dupla de autores. Uma edição primorosa (23 cm x 16 cm) com capa couchê colorida, lombada quadrada e 128 páginas p&b alternando HQs com textos explicativos sobre todo o processo histórico da criação e da fundação do estado da Paraíba, desde as capitanias hereditárias mostrando as durezas da colonização civilizatória, a luta entre portugueses e tabajaras versus franceses e potiguaras, as invasões holandesas, as conturbações e mudanças no Império e na República, até os nossos dias. O trabalho de Emir Ribeiro já nos é muito conhecido e demais apreciado, e estou me tornando igualmente fã do trabalho de seu pai, o professor Emilson. Além de se mostrar um historiador muito honesto e competente, o homem escreve bem pra caramba! Além do didatismo necessário para uma narração deste tipo, o álbum funciona da mesma forma como entretenimento de qualidade, como devem ser as HQs. Depois de terem lido esta nota vocês devem estar pensando “puxa, um livro tão importante quanto este deve ter sido editado com os incentivos governamentais, para ser distribuído em escolas, etc”. Ledo engano, amigos (mas nenhuma surpresa para quem acompanha as notícias). Mas também, quem mandou os autores não citarem Marx nem Gramsci, não incluírem música funk ou rap, e ainda por cima mostrar nativos brasileiros assaltando, saqueando, assassinando colonos e incendiando suas vilas? É que a preocupação dos autores foi mesmo com a História, apresentando seus protagonistas tais como foram, ou seja, homens de todas as etnias com suas virtudes e defeitos. E sorte nossa que os Ribeiro são trabalhadores valorosos e podem, com recursos próprios, brindar os leitores com mais este belíssimo lançamento, sem depender de esmolas públicas. emir.ribeiro@gmail.com ou emir_ribeiro@yahoo.com.br

SAIU O SEGUNDO VOLUME DOS 35 ANOS DE NOVA

E a História Da Paraíba Em Quadrinhos não é o único lançamento promovido por Emir Ribeiro nos dias que seguem: acaba de sair o segundo volume comemorando os 35 anos da personagem Nova, a ruiva cibernética (idealizada por Emir antes do famoso seriado da Mulher Biônica, com Lindsay Wagner). Neste álbum comemorativo (23 cm x 16 cm) com 64 páginas p&b, capa colorida em couchê, Emir reapresenta duas aventuras da sensual andróide publicadas anteriormente pela Press Editorial e pela Icea, na antológica Guerreiros de Jobah. Completa o álbum uma novela literária ilustrada por craques do traço como Paulo Nery e Gabriel “Lagarto Negro” Rocha – além da reprodução de tiras em Quadrinhos produzidas pelo próprio Emir, quando publicadas nos jornais paraibanos na década de 70 do século passado. Ah, também Lorde “Penitente” Lobo colaborou, criando um novo logotipo para a anti-heroína. emir.ribeiro@gmail.com ou emir_ribeiro@yahoo.com.br