segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

131o. NÚMERO DO QI MANTÉM ALTO PADRÃO DE QUALIDADE

Com a satisfação habitual recebo o 131.o número do fanzine QI, editado pelo mineiro Edgard Guimarães, capa baseada num original do grande ilustrador brasileiro J. Carlos, formato ½ A4 com 28 páginas p&B, onde são tratados diversos assuntos sobre o universo das Histórias-em-Quadrinhos, a maioria dos artigos a cargo do editor Guimarães, o primeiro deles, ‘Coisas que Acontecem’, relembra a prática pouco ética do quadrinhista Francisco Ibañez, muito querido pelos leitores de minha geração por ter criado Mortadelo & Salaminho (Mortadelo y Filemon) e Miopinho (Rompetechos), mas que hoje é sabido tratar-se de um rematado plagiário, especialmente dos autores belgas. Duas homenagens são prestadas neste número do QI: a Moacir Torres pelos quarenta anos de criação da Turma do Gabi – e nós da Júpiter II nos sentimos muito honrados de fazer parte desta História, tendo publicado seis gibizinhos com esse grupo de personagens – e o outro homenageado, mais uma vez, é Valdir Dâmaso, um dos maiores fanzineiros do Brasil, que nos deixou há pouco tempo e já havia sido homenageado no número anterior do QI. Em sua crônica neste número, Ed relembra em tom afetivo a parceria editorial que manteve com o grande editor das Edições Gibizada. Em ‘Quadrinhos Brasileiros Bissextos’, o editor analisa dois pouco conhecidos personagens do cartunista Henfil, Lula & Zé Moita, criados exclusivamente para uma campanha publicitária da Petrobrás – apesar da coincidência do nome, esse Lula do Henfil não chegou a dilapidar o patrimônio da empresa usando de corrupção política, como aquele outro mais conhecido, o ex-presidente da república também chamado 'Barba do DOPS'. Em sua coluna ‘Mantendo Contato’, Worney de Almeida cita algumas edições que não passaram do primeiro número, e entre elas uma chamada Força Total editada em 1994 pelo catarinense Samicler Gonçalves, o mesmo que na década seguinte conquistaria muitos fãs com o seu personagem Cometa. Também constam neste número do QI as sessões indefectíveis do Fórum de leitores e a divulgação das edições independentes – fiquei besta de ver como o colega Antônio Luiz Ribeiro vem lançando vários fanzines relembrando os gibis da Ebal. E temos também várias HQs, de Dennis Oliveira, de Chagas Lima, tiras humorísticas de Cláudio Lopes Faria, o Benjamin Peppe de Paulo Miguel dos Anjos ilustrado por Rafael Grasel, e na quarta capa o Poeta Vital de Edgard Guimarães. E parece que o Ed decidiu me manter como colunista fixo do QI, sempre reproduzindo nas páginas impressas do fanzine as humildes resenhas que escrevo para este blog. Quero aproveitar a ocasião e pedir desculpas aos colegas e leitores do QI que tenham ficado meio chateados comigo, pois na resenha da edição passada eu realmente fui muito rude com o pessoal do Pasquim – mais que isso, fui rude e grosseiro, e o que é pior, não me arrependo um tico! Deus me perdoe pois me comprometi a seguir o cristianismo e desta forma eu deveria amar e orar pelos meus inimigos, mas como estou longe disso! É que eu realmente não tenho mais qualquer rasgo de tolerância com esse pessoal da esquerda caviar, esses comunistas milionários que desejam que somente os outros repartam e distribuam suas posses, esses vagabundos ideológicos que vêm justificando as atrocidades e os crimes infames do governo petista, dizendo que os bandidos engravatados e soberbos do pt estariam espalhando a corrupção por uma ‘boa causa ao povo brasileiro’... desculpem, mas eu não aguento mais isso, menos ainda após a última eleição presidencial, com as notórias evidências de fraude nas urnas eletrônicas. Além de mandar assassinar prefeitos, o partido governista dos trabalhadores corruptos também transformou nosso sistema político num simulacro de democracia, fazendo acontecer aqui as fraudes eleitorais que já haviam ocorrido em diversos países vizinhos da bolivariana América do Sul. Não estamos mais vivendo num regime democrático, como ainda vem sendo propagado por aí. E esses artistas e intelectuais abastados da esquerda caviar que defendem esse governo, Jaguar, Ziraldo, Chico Buarque, Fernanda Torres, José de Abreu, Frei Betto, Leonardo Boff, com esse pessoal não tem mais cavalheirismo e cortesia, vou partir logo para as ofensas, que é pouco diante do que eles realmente mereceriam. E quem acha que as obras desses tipos vale alguma coisa, eu acho uma grande merda – com exceção talvez da Turma do Pererê do Ziraldo. Também do Ziraldo gosto dos super-heróis que ele criou quando era jovem, Teleco e Tim. Mas isso foi no passado, antes de sermos tomados por esse nauseabundo governo esquerdista que nos assola e seus defensores da ‘high society’. Enfim, tolerância zero para os assassinos de nossa democracia e seus acólitos, esses nababos que vivem mamando nas tetas indenizatórias do governo, mamando DINHEIRO PÚBLICO! Em breve a História há de pôr tudo em seu devido lugar, e este período atual que estamos vivendo, no futuro será ainda mais execrado do que o é, hoje em dia, o tempo dos governos militares. E os que hoje defendem esse governo, hão de ser ainda mais execrados e desprezados.
 
E mais uma vez o editor do QI presenteia seus leitores com uma edição-brinde primorosa da Biblioteca de Histórias-em-Quadrinhos, segundo volume (21 cm x 15 cm, capa em papel couchê colorido com 52 páginas p&b de miolo). Nesta nova pesquisa de Edgard Guimarães, a intenção foi reunir uma seleção de HQs que ele considera poéticas – e no editorial, após explicar claramente o que entende por HQ Poética, Ed arremata: “este volume procura reunir vários trabalhos que considerei fazerem uso de Poesia na forma de História-em-Quadrinho”. E entre as HQs selecionadas (todos apresentadas com textos introdutórios) estão algumas pequenas pérolas, grandes obras-primas dos Quadrinhos brasileiros, caso do Anjo Arnaldo de Ofeliano de Almeida (publicado originalmente no Coleção Assombração da Ediouro), e Bagual de Flávio Colin. Outra pequena obra-prima publicada nesta edição dedicada às HQs Poéticas brasileiras é ‘A Morte do Samurai’ de Hayle Gadelha e Julio Shimamoto – a dupla que pouco tempo depois lançaria na editora Grafipar o Meia Lua Rei da Capoeira na revista Kiai – e que nós da Júpiter II tivemos a honra de relançar numa edição especial, ainda disponível, mas com pouquíssimos exemplares antes de se tornar raridade. ‘A Morte do Samurai’ foi publicada originalmente na antológica revista Eureka da Editora Vecchi. Outro destaque desta edição é a Besta-Fera de Watson Portela, inspirado na literatura de cordel, publicada originalmente na famosa revista Spektro, também da Vecchi. Há outras duas HQs selecionadas, mas são essas quatro acima citadas que valem a pena. Contato com Edgard Guimarães em edgard@ita.br (JS)

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