Para aqueles que tem mais de 40 anos e viveram o
tempo em que os gibis dominavam as bancas de revistas, visitar esses locais nos
dias de hoje é uma experiência desoladora. As publicações de
Histórias-em-Quadrinhos ficam relegadas num canto e, com raríssimas exceções,
não servem nem para papel higiênico. De qualquer forma, talvez por hábito,
continuo frequentando as bancas – mais precisamente, na busca por filmes raros
em dvd, produtos dos quais as bancas, hoje em dia, ainda são generosas em
apresentar. Enfim, estava eu olhando as prateleiras da banca da estação
rodoviária de minha cidade, e vi uma publicação que me chamou a atenção: na
capa avistei um personagem que lembrava o Mylar (criado por Eugênio Colonnese),
além do Judoka (de Francisco Anísio e Eduardo Braon) e do Super Heros (de Paulo
Fukue). Estes personagens brasileiros dos Quadrinhos dividiam a capa dessa
publicação com outros três que são ‘clones’ óbvios de personagens da Marvel e DC.
Lançado pela Editora Minuano, trata-se de um caderno de passatempos dedicado ao
público infanto-juvenil, batizado de Galeria dos Super-Heróis (formato 27
cm x 20,5 cm, capa couchê colorida plastificada, com 16 páginas coloridas
também no papel couchê, por R$ 4,90). Não se trata de um álbum de figurinhas no
estilo tradicional, daqueles onde as figurinhas são vendidas em envelopes,
separadamente – aqui, as figuras já vêm impressas, prontas para ser recortadas
e coladas nos locais indicados. Consta ainda página com passatempo e outra para
colorir. E o mais bacana de tudo é que, além daqueles que constam da capa,
vários outros personagens brasileiros das HQs aparecem nas figurinhas: os
clássicos dos anos 60 tais como Raio Negro, Homem-Lua e Hidroman (de Gedeone
Malagola), Golden Guitar (Ricardo Machado), Mystico, Homem-Fera (Rivaldo
Macedo) Fantastic (Osvaldo Talo), Escorpião (Wison Fernandes e Rodolfo Zalla),
O Gato, Superargo, X-Man (Eugênio Colonnese), Visg (Nico Rosso), Pabeyma,
Karatemen (de Paulo Fukue, sendo o Karatemen lançado nos anos 70), Fikom
(Fernando Ikoma), Capitão Estrela (Getúlio Delphin), Capitão 7 (de Ayres Campos,
mostrado aqui como ‘Capitão Z’, provavelmente para evitar constrangimentos com
os herdeiros de Campos, uns chatos que não permitem que sequer se mencione o
nome do personagem, relegando-o ao ostracismo diante das novas gerações).
Aparecem também O Vingador (de Sebastião Seabra), Ultra-Boy, Corujack e Sideral
(de Franco de Rosa), Fantastic Man e Fantasma Negro (de Tony Fernandes), todos
eles desenhados por Arthur Garcia para esta edição – e vários dos personagens
de Garcia, decalques dos personagens Marvel-DC, igualmente aparecem nesta
edição. Conferindo o expediente da revista, descobri que esta publicação foi
concebida pelo estúdio de Franco de Rosa – o que não deveria ser surpreendente,
afinal, goste-se ou não do editor, ele sempre respeitou e trabalhou a favor dos
personagens brasileiros dos Quadrinhos. Para quem não encontrar nas bancas,
segue aí o endereço virtual da Editora Minuano: www.edminuano.com.br (JS)
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4 comentários:
Já tá na lista pra comprar pra meus filhos! Educa e faz eles conhecerem os heróis brasileiros, ao invés dos gringos.
Fala,José!
Comprei o álbum hoje,pra meus filhos! Se não fosse vc,eu nem saberia que ele tinha sido publicado! valew!
SEM DÚVIDA compraria...
Ainda tem a disposição?
Aguardo.
Abraço
Os dados dos criadores do Golden Guitar estão errôneos. Eu conheci o autor Rivaldo Macedo, pois fui amigo de infância de seu filho. Ambos me diziam que Macedo era o criador de Golden Guitar.
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