Um dos fanzines mais antigos do Brasil circulando
com plena vitalidade, chega-nos o 119º. número do QI (Quadrinhos Independentes - 28 páginas p&b no formato 21,5 cm x
17 cm) do editor mineiro Edgard Guimarães, apresentando, como vem sendo praxe
nos números mais recentes, interessantes encartes: neste números, são duas
folhas dos Cotidianos Alterados,
abordando algumas raras criações dos Quadrinhos, como Molly And Her Pals de Cliff Sterret e também Buster Brown – este último ficou bastante conhecido no Brasil como Chiquinho, criação norte-americana
continuada por autores brasileiros da célebre revista O Tico-Tico, e por muitos anos após o autor original Richard Fenton
Outcault ter parado de produzir a série. Há mais encartes nesta edição do QI, em destaque um suplemento de oito
páginas com um extenso artigo assinado pelo próprio editor com reflexões sobre
as Histórias-em-Quadrinhos, começando a falar a respeito do ‘Desenho Inferior
Das Histórias-em-Quadrinhos’ – e especificamente sobre isso o autor comenta
somente na última página, sendo todas as outras dedicadas a uma abordagem
histórica sobre a narrativa visual ilustrada e também sobre a evolução dos
meios de impressão gráfico-editoriais. E ainda um outro encarte, uma ilustração
dupla produzida por Guimarães chamada ‘A Batalha’ – e confesso envergonhadamente
que não entendi nada! (sorry, Ed!)
Já
nas páginas internas do QI, como
sempre, não faltam assuntos e curiosidades a respeito das
Histórias-em-Quadrinhos, destacando-se neste número mais uma vez os Mistérios do Colecionismo, onde Edgard
Guimarães nos fornece uma impressionante lista das publicações nacionais da
editora Nova Sampa e seus nomes correlatos; infelizmente não consta desse
número a coluna Heróis Brasileiros,
mas em Calendário Nacional podemos
saber muito a respeito do trabalho de Renato Silva, o maravilhoso desenhista de
A Garra Cinzenta, clássico da HQ
brasileira; em Tirando O Chapéu
Guimarães comenta um pouco sobre o Rip
Kirby (Nick Holmes, no Brasil) de
Alex Raymond, e as dificuldades de se produzir uma tira diária em Quadrinhos,
sem perder a atenção para a continuidade do roteiro. Já a coluna Mantendo Contato assinada por Worney
Almeida de Souza apresenta mais uma incrível curiosidade, resgatando do limbo o
personagem Pesquinha, que ensinava as
crianças sobre o universo da pesca. Dentre outros assuntos interessantes, como
o depoimento do fanzineiro Gutemberg Cruz e o fórum de leitores, o QI 119 encerra com chave-de-ouro com uma
breve crônica de Edgard Guimarães comentando sobre a tradução norte-americana
de um álbum dos Strunfs, onde temos a
noção do ridículo a que chega a militância politicamente correta (eu sei que Os Duendes Strunfs hoje são mais
conhecidos como Smurfs, mas quem os
conheceu pela Editora Vecchi no final dos anos 70, há de chamá-los de Strunfs pelo resto da vida – mesmo porque,
é muito mais fiel ao nome original criado pelo belga Peyo, Les Schtroumpfs). edgard@ita.br (JS)
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