É
realmente incrível o que ocorre na cultura política do Brasil desde 1994
(talvez um pouco antes). A partir do momento em que começamos a ser governados
por presidentes de esquerda – e Fernando Henrique Cardoso é de esquerda sim,
fabianista juramentado, de carteirinha desde a década de 80 do século passado,
quem não tiver preguiça de pesquisar vai se deparar com a verdade dos fatos,
por mais que esperneiem os esquerdistas ignorantes (estrondosa maioria) –
enfim, desde o início da hegemonia socialista-comunista em nosso país (lamentável
situação que não só persiste mas se agrava a cada dia que passa), repararam
como os atores políticos (incluindo aí também artistas, jornalistas,
economistas, escritores), quase todos eles, têm pavor de serem chamados e
considerados reacionários? O exemplo mais notável é o ‘tucano’ José Serra.
Líder estudantil nos anos 60, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes, era
então um esquerdista radical. Procurem na internet alguns discursos
radiofônicos da figura proferidos em 1964, e entenderão o que quero dizer.
Impropérios contra a burguesia, o imperialismo, a direita fascista, contra as
forças armadas, enfim, tudo que qualquer petista, psolista e/ou anarcoshit vomita hoje em dia, o sr.
José Serra já vociferava décadas atrás. Na eleição presidencial de 2010, quando
conseguiu perder para a candidata mais bisonha da História da República, um dos
motivos desse lamentável revés eleitoral se deu antes mesmo da escolha do vice
em sua chapa: os aliados suplicaram para que a escolhida fosse a senadora Kátia
Abreu, essa mulher notável, corajosa, ferrenha defensora da propriedade privada
e da liberdade individual. Eis que o sr. José Serra, do alto de sua arrogância,
descartou a senadora por considerá-la muito ‘reacionária de direita’! E durante
a referida campanha, sua tibieza ficou mais do que evidente quando fez pouco
caso do clamor dos cristãos que se levantaram contra a bandeira esquerdista do
aborto indiscriminado. Deu no que deu. E bem feito para o sr. José Serra, que
mesmo assim acabou pegando fama de reacionário! Fama bastante injusta, diga-se.
A mediocridade do sr. José Serra é somente um exemplo da triste cultura
política que nos assola. Não é raro, nos debates políticos, encontramos
pantomimas dignas de comiseração, com algum candidato se autoproclamando “eu sou
mais de esquerda do que você!”. E o interpelado, sentindo-se ofendido, retruca dizendo
ser ele o mais legítimo esquerdista!
Pois
bem, se a maioria tem receio de ser chamada de reacionário, comigo isso não
acontece. Podem me chamar de reacionário, à vontade. Aliás, dependendo de quem
quiser me “ofender” com esse epíteto, fará de mim um homem ainda mais
realizado. Se políticos como o ‘Barba do Dops’, digo, o ex-presidente Lula de
Silva e o senador Eduardo Mocorongo Suplicy, por exemplo, viessem bradando
contra minha pessoa: “seu reacionário!”, eu certamente ficaria mais tranquilo,
tendo certeza de que estou do lado certo no terreno político. Se alguém como o
deputado Jean Willys viesse gritando em minha direção: “oh, você é um
reacionário!”, eu me sentiria tão satisfeito como se tivesse acabado de comer
um docinho de côco. Se um black block viesse correndo em minha direção, com a
cabeça cheia de punk rock, Alan Moore e outras drogas, pronto a me lançar um
coquetel molotov, gritando: “morra, seu reacionário!”, eu queimaria com muita
honra, com a certeza de estar do lado certo da trincheira política. Se pessoas
como Leonardo Boff e Frei Betto, este com uma metralhadora na mão (e isso não é
exagero, haja vista que essa anta já igualou Jesus Cristo a Che Guevara)
esbravejassem contra mim, gritando: “seu reacionário!”, então eu me sentiria
mais próximo do Reino dos Céus!
Não
tenho nenhum receio de ser chamado de reacionário, pelo contrário, sinto-me
honrado com isso. Claro que não tenho o mesmo talento, mas procuro ter a
coragem e a independência do cronista Nélson Rodrigues, que surgia na boca de
cena dizendo “minhas senhoras, meus senhores, sou um reacionário da cabeça aos
sapatos!”. Da mesma forma, busco seguir outra lição de vida deixada pelo
saudoso dramaturgo: “sou um reacionário, reajo contra tudo que não presta!”.
Dentro de minhas limitações como editor e roteirista das Histórias-em-Quadrinhos,
o que pude fazer foi criar um personagem do estilo super-herói que fosse uma
antítese de tudo que vem sendo feito no estilo, atualmente. Um personagem super-heróico
que não fosse niilista, ateu, sanguinário, depressivo, neurótico, paranóico,
raivoso, dopado, satânico, etc. Enfim, um personagem sem a menor chance de
virar filme de Hollywood. Daí surgiu exatamente, e não por acaso com este nome,
o Reação,
que chega agora no quinto número. A capa é de William Cabral, colorizada por
Adauto Silva (também autor de uma ilustração colorida na segunda capa, bem como
o colorista de outra ilustração de Cabral na terceira capa). A história que
abrange as 24 páginas (p&b) da edição foi escrita por mim e ilustrada por
Cabral, apresentando muitas novidades: novos supervilões, os N.O.M. (Natos
Ociosos Milionários), mega-empresários do Clube Bíld Bérgui, que dominam
governos e governantes, com uma engenhoca diabólica capaz de mudar o clima em
qualquer parte do mundo. Mas Reação não estará mais sozinho: terá a seu lado
sua namorada Patrícia, transformada em Mulher-Reação. Diversão fantasiosa baseada
em fatos reais? Será? (JS)
2 comentários:
Olá, José ! Como adquirir este, Raio Negro e outros ? E a numeração disponível do Raio Negro ? Obrigado e inté !
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