quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
TORMENTA n.7 TRAZ A CONCLUSÃO DE 'A GRANDE AVENTURA'
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
QUARTA EDIÇÃO DE O BOM & VELHO FAROESTE APRESENTA FAROESTE REACIONÁRIO
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
OS XOKLENG EM NOVELA GRÁFICA
Um esclarecimento se faz necessário: Gunther veio de universidade e é de se esperar que dificilmente escaparia dos “vícios esquerdistas”, há muitos anos dominando amplamente o meio acadêmico (eu mesmo não escapei, parte do tempo em que estive na universidade). Mas é bom que fique claro: de forma alguma ele pode ser confundido com alguma espécie de petralha aloprado com diploma, longe disto. Gunther é responsável, ponderado, e se esforça em deixar as coisas bem esclarecidas – e se defende com sólidos argumentos: apesar de jovem (sequer completou 35 anos), ele já tem publicadas outras quatro novelas gráficas sobre a História de sua região, focado nos outros grupos étnicos que a colonizaram. Livros que, espero, tenha eu a preciosa oportunidade de ler, qualquer dia destes.
E um pequeno parênteses também se faz necessário antes que eu continue: citei e admiro o trabalho de Narloch em seus livros, mas não o perdôo por não ter citado sua verdadeira inspiração, que é a obra do professor Thomas E. Woods Jr, inclusive o título dos livros! Woods, apesar de jovem (menos de 40 anos), já tem uns 45 livros publicados, mas aqui no Brasil só foi traduzido um deles (Como A Igreja Católica Construiu A Civilização Ocidental, pela Editora Quadrante – depois ainda há quem não acredite que a esquerda é quem domina o mercado editorial, hein?). Por que teria Narloch não citado a sua bibliografia primordial? A única pista que temos está em seu feroz anticristianismo, facilmente detectável no Guia Politicamente Incorreto Da História Do Brasil, tendo este anticristianismo sua maior expressão na inadequada, estapafúrdia, tolinha, bobinha mesmo, comparação entre pequenos trechos do Manifesto Comunista de Karl Marx com os do profeta Isaías no Antigo Testamento.
Mas voltemos ao que mais interessa, ou seja, a melhor e maior parte da novela gráfica Os Xokleng, escrita e ilustrada por Alex Guenther. Recebi este álbum das mãos do próprio autor durante o evento do Londrina Comic Con, ocorrido na cidade paranaense na primeira semana de fevereiro. Eu pifiamente retribuí a gentileza com alguns gibizinhos da Júpiter II (saí ganhando na troca!). Naquele breve encontro que tivemos pude facilmente detectar simpatia e generosidade. Lá mesmo, folheando o livro enquanto conversávamos, pensei comigo mesmo: “caramba, como esse cara desenha bem!”, e assim que pude me concentrar calmamente na leitura do livro, a boa perplexidade se confirmou dupla, triplamente! Os maravilhosos desenhos de Os Xokleng tornam a leitura um deleite visual que nos faz perdoar rapidamente qualquer ‘pecadinho’ ideológico que Gunther tenha cometido em sua narrativa. Tem um estilo que usa vários estilos (especialmente dos europeus), tendo encontrado o seu próprio.
É que eu sou um rabugento incurável, espero ao menos ter deixado claro neste breve texto, que considerei esta novela gráfica um trabalho notável e valoroso, altamente recomendável a quem quiser ler uma ótima História-em-Quadrinho. Gostei tanto que me emocionei e me assustei com as fotos históricas apresentadas na terceira capa, logo ao final da leitura da HQ, com personagens lá mostrados. Emocionei-me ao ver as fotos dos nativos, bem como a do altruísta Eduardo Hoerhan, e me assustei com as fotos dos ‘bugreiros’, caçadores e assassinos de índios. Da mesma forma que apreciei esta obra a ponto de me interessar em conhecer os livros precedentes do autor, creio que o mesmo se dará com outros muitos, muitíssimos leitores. www.alexgunther.com – lex.thr@terra.com.br (JS)