Neste
oitavo número de Histórias Sagradas apresentamos a nossos fiéis leitores algumas
conhecidas passagens dos Atos dos Apóstolos adaptadas para as
Histórias-em-Quadrinhos. Os Atos dos Apóstolos foram escritos por São Lucas por
volta do ano 70 da era cristã – Lucas que não conheceu ou conviveu pessoalmente
com Jesus, mas chegou a conhecer a Santa Mãe Maria e os principais apóstolos,
tendo sido amigo e companheiro de São Paulo. Os Atos dos Apóstolos narram a
criação das primeiras comunidades cristãs, sua expansão, as primeiras
perseguições e os primeiros mártires – foi durante este período que se criou o
termo ‘cristãos’ para designar os seguidores de Jesus Cristo, que até então
eram conhecidos como os seguidores do Caminho. Está expresso no versículo 8 do
primeiro capítulo, quando os apóstolos recebem orientações do próprio Jesus
ressuscitado, pouco antes de sua ascensão aos céus: recebereis
uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas
testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, e até os confins da terra. Era
o Mestre anunciando o Pentecostes. Na Bíblia de Jerusalém (fonte que guia as
adaptações em Quadrinhos das nossas Histórias
Sagradas) lemos na introdução aos Atos dos Apóstolos: O valor histórico dos Atos dos Apóstolos não é igual. De uma parte, as
fontes de que Lucas dispunha não eram homogêneas; de outra, para manejar suas
fontes, Lucas gozava de uma liberdade muito grande seguindo o espírito da
historiografia antiga, subordinando seus dados históricos a seu desígnio
literário e sobretudo a seus interesses teológicos. A despeito de
reconhecer essas ‘fragilidades’, conclui o autor da introdução aos Atos na
Bíblia de Jerusalém, constatando que estes representam um tesouro cuja ausência teria empobrecido singularmente nosso
conhecimento das origens cristãs. O dizer do historiador Ernest Renan
define com clareza a importância dessa parte do Evangelho: Os Atos dos Apóstolos, em que se exprime este despertar inicial da
consciência cristã é um livro de felicidade. Diante disso, pedimos desde já
a compreensão dos leitores com nossas humildes adaptações em Quadrinhos nas
páginas seguintes, um mísero esforço de nossa parte para, quem sabe, permita
Deus que possa incentivar a uma busca por maior conhecimento dos textos
sagrados. Cabe ainda uma explicação por parte deste editor: nasci e fui criado
num lar católico, fato que me deixa muito feliz, grato e honrado. Foi graças a
minha avó materna, católica fervorosa, que conheci os desígnios de Deus – e
mesmo que tenha me perdido durante anos, chafurdando por caminhos ignominiosos,
quando o cansaço me alcançou foi a doce memória de minha avó que me reconduziu
aos braços de Deus. Entretanto, estas Histórias
Sagradas em Quadrinhos não são lidas somente por católicos, prova disso são
os elogios que já recebi de leitores protestantes e espíritas. E quem nos
acompanha desde o primeiro número, há de constatar nossa intenção ecumênica,
mesmo na quinta edição quando homenageamos um vulto do catolicismo, Santo
Afonso de Ligório. Por isso, no intuito de enriquecer as adaptações, e visando
sobretudo o respeito aos leitores, fui buscar em livros escritos por autores de
outros segmentos cristãos uma forma de preencher algumas lacunas dos Atos: Paulo – O 13º. Apóstolo de Ernest Renan;
Paulo de Tarso – O Maior Bandeirante do
Evangelho de Huberto Rohden; Paulo e
Estêvão de Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, As Marcas do Cristo de Hermínio Miranda, além do romance histórico O Grande Amigo de Deus, de Taylor
Caldwell – o livro sobre a vida e obra de São Paulo, cujo título mais adequado
é mesmo o original, The Great Lion of God,
O Grande Leão de Deus. (JS)
domingo, 1 de junho de 2014
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